VOCÊ AMA MESMO?

Amor é uma daquelas palavras que assim como as usadas nas atuais "guerras ideológicas," do tipo: genocida, fascista e reacionário, vem ao longo dos anos perdendo cada vez mais seu real significado. E qual seria esse real significado? Bem, antes de falar, se faz necessário dizer ao que tem sido reduzido o amor na atualidade. Para muitos, amor tem haver principalmente com sentimentos. Reduzimos, portanto, ao sentimentalismo visto, por exemplo, em filmes, novelas, no sexo, etc. Ou, em objetos, comidas, animais de estimação e assim vai. Assim, não há a mínima diferença entre dizer que ama sorvete de chocolate e um cãozinho, um filho e a profissão, um carro e uma feijoada, ou seja, a palavra amor perdeu a sua real direção. Para os antigos e, especificamente na visão bíblica, amor tinha pouco haver com sentimentos e sim com praticidade e materialidade em ação. Resumindo: em termos bíblicos, amar é se doar, praticar e abrir mão de si em detrimento do outro. Quanta gente que diz que ama (eu, por exemplo), mas só de garganta e nada de pratica? Gente que é incapaz de doar tempo, dinheiro (ainda que pouco), bens materiais, sabedoria, conhecimento ou até mesmo aquela coisa considerada "tola" por muitos como lavar a louça, mas não faz porque diz que isso é serviço de mulher (né, homens?). Então, isso é amor. Coraçãozinho, frases de efeito, sentimentalismo, etc, são legais e não devem ser totalmente descartados. Mas tudo isso não se sustenta por muito tempo, pois sentimentos não são tão confiáveis já que hoje queremos, amanhã não mais. Enfim, quer saber o que de fato é amor? Abra mão da sua pizza, cerveja e refrigerante pelo menos duas vezes por semana, pegue o dinheiro e compre um arroz, feijão e óleo e dê a um vizinho que você sabe que realmente necessita (não precisa filmar), assim você não sentimetalizou o amor, mas sim o praticou. Tem coragem? Eu infelizmente ainda não tenho. Mas isso é amor, queira nós sim queira nós não!