Estamos à deriva...
É muito descaso, muita crueldade, irresponsabilidade e incompetência juntos. Vemos o que está acontecendo e o que vai acontecer. As pessoas morrendo sem assistência nenhuma, sufocadas. Isso é muito triste. E saber que poderia ter sido diferente – isso que é angustiante...
O número de mortos são números de guerra e um sistema de saúde adaptado para situações de catástrofe.
Já percebemos que o vírus não vai embora sozinho, que ignorá-lo não adianta. O caos já está instalado. O país falhou nas medidas de combater o vírus. Lamentável que não tenhamos nos preparado...
Estamos vivendo um ano de pandemia e não aprendemos nada durante o percurso, não incorporamos quase nada. As ações se limitam a ficar abrindo e fechando comércio e suspendendo aulas presenciais. E o que mais? Não temos nada de educação para a população, ou suporte para as pessoas poderem ficar em casa ao menos enquanto estão doentes.
O Brasil vive atualmente o momento mais grave da pandemia. Nesta semana é certo que o país passa pelo maior colapso sanitário e hospitalar da história. E, infelizmente, pode ainda piorar. Mesmo assim, o presidente mantém sua postura de ser contra as medidas de distanciamento social e restrição de circulação de pessoas.
Se nos perguntarem o que estamos acertando, poderemos pensar antes no que estamos fazendo. Acho que muito pouco ou quase nada. Não queremos ou não sabemos usar máscaras. Fomos incentivados em desacreditar na sua eficácia. Não nos acostumamos com as medidas de higiene. Ficar em casa é ideia de comunista. Deixar de fazer festa! Ah, isso é muito difícil, a vida é curta, temos que aproveitá-la, já que os chefes da nação fazem, por que devemos nos abster?
Desde o início da pandemia, autoridades internacionais e nacionais de saúde disseram que as medidas eram essenciais para conter a propagação descontrolada do vírus. Mas a vaidade falou mais outo, afinal não precisava tanto para um "simples resfriadinho"! E negaram a potencialidade do vírus.
As vacinas foram primeiro questionadas sobre a necessidade, já que estávamos no “finalzinho da pandemia”. Depois o incentivo de não se vacinar, “é perigoso colocar um corpo estranho no nosso corpo”. Agora com um atraso enorme vão atrás delas com o lema: “nossa arma é a vacina”.
Enquanto isso no palácio do Planalto... o presidente e seus filhinhos usam as redes sociais para apoiarem a ampliação do porte de armas no país. Será que estão querendo que matemos o vírus a tiros?
Nália Lacerda Viana, 20 de março de 2021