banho Hábitos bons tendem a se manter
Hábitos bons tendem a se manter quando possível.
Este começo de maio/2013, fui chacoalhado por um costume antigo talvez só dos campesinos (trabalhadores da roça) pessoas do meio rural talvez, não tinha conhecimento do costume da cidade.
O costume era que pra dormir tinha que se lavar o pé, porque disto, é que se andava descalço, ou seja, não havia o habito de usar sapatos, por um motivo ou outro (não se tinha recursos para a aquisição dos ditos sapatos), assim como os pés ficava o dia todo desnudos, pisando em qualquer coisa, antes de dormir necessário se tornava lavar os pés para ir dormir, muitas vezes realmente o pé estava cheio de lama ou outras sujeiras acumuladas em grande quantidade, que remover esta sujeira era muito necessária. Tal aplicação era feito em gamela ( bacia de madeira), ou outra forma qualquer, mas era um costume arraigado nas pessoas que viviam no campo entre 1900 a 1980 pelo menos.
Necessário se faz imaginar como era a vida no campo, em uma casa na maioria das vezes de chão batido (só terra), sem banheiro interno na casa que só veio a se tornar costume depois, umas dez por cento das casas tinha uma casinha na horta, ou no chiqueiro, ou na “beira” do chiqueiro, para poder “defecar”, outros noventa por cento nem isso tinha, usava a proteção do mato (bananal, cafezal) ou outra cobertura arbórea qualquer, para não baixar as calças em local que poderia ser avistados, mulheres não usavam calças ou qualquer outro tipo de vestimenta que impedia fazer as necessidades, e como usavam vestidão ou saião, tudo era mais fácil.
A limpeza da partes intima eram para a maioria com folhas silvestres, e para a minoria que detinham latrinas ou casinhas, tinham latas usadas de querosene com sabugos(rastolho da espiga de milho), para fazer a limpeza, (brincam muito, servia para limpar, pentear e coçar).
Mas voltando ao costume de lavar os pés, eram só os pés o banho corporal mais geral era semanal, ou mensal, ou em dias especiais, como aliás costumar dizer dos franceses(que usam muito perfume pra confundir os odores), ou mesmos os nórdicos que vivem em pais mais frios que tem um dia especial no ano para banhar-se ou seja fazer uma higiene corporal total.
A minha indagação pessoal foi imaginara se lavavam os pés não lavavam é lógico outras partes do corpo, e como a liberação dos resíduos corporais, sejam suores, água ou alimento são obrigados a descarregar e como a limpeza era precária com folhas, sabugos ou nada, como ficariam estas partes do corpo que não havia e ainda muito como dito não tem o habito de higienizar.
Conversando um parente com mais de setenta, me avivou a memória, que não tinha latrina ou casinha fora, isto era luxo de poucos, ou seja, as necessidades eram na “moita” e me fez lembrar que na casa do meu avô nunca teve casinha ou latrina e minha memória foi tentar encontrar uma latrina ou casinha na casa do meu avô, e lá não encontrou nenhuma, não tinha banheiro de qualquer forma imaginável, ou seja, as necessidades tinham que dar sua vazão natural e na natureza onde melhor aproviesse. O normal era o Pinico esmaltado.
É quase que normal em nossa região tropical de hoje ano 2013-05-05, próximo a São Paulo, em uma cidade com cento e cinqüenta mil habitantes, com muita água e esgoto tratado e onde o chuveiro elétrico, digo isto por que é quase que natural o chuveiro e não só o chuveiro, mas o chuveiro elétrico controlável a temperatura da forma mais agradável a cada um de seus usuários, a usar uma, duas ou mais vezes no dia, para lavar, massagear o corpo desnudo todos os santos dias. A água é o produto natural mais solvente do planeta terra nossa morada, e assim cada vez que banha-se está por solver todas as nossas descargas corporais ainda não retiradas integralmente de nossos corpos. Assim não massageamos só as mãos, braços e sim todas as partes mais escondidas.
Se não bastassem esses banhos, o habito principalmente dos mais abastados é depois de retirados tudo que pode ser desligado do corpo é acrescentar coisas a esse corpo, como produtos de cabelos, cremes de pele, e perfumes e em todo o corpo, maquiagem nos lugares mais visíveis e menos visíveis, só que esses produtos na maioria das vezes têm odores e visão agradáveis aos sentidos humanos, na verdade são usados para atrair ou agradar a companhia como quem vai se conviver ou dividir um espaço.
Assim imagina que como o alimento se come com o olho, o cheiro e o paladar, ou seja, quando todos esses requisitos são preenchidos o alimento é consumido de forma muito mais admirado; assim também o ser humano e digo isto com relação à atração intima, assim um ser humano asseado, maquiado, perfumado em todas as suas partes dos cabelos aos pés, pode ser tocado, cheirado, apreciado, e trocado carinho de maneiras mil.
Mas o que falar daqueles, daqueles dias que só lavavam os pés, isto mesmo só os pés, como eram as relações pessoais e intimas, como isto era apreciado.
Tudo isto me veio a tona, e tive que lembrar o “palácio de Versalhes” uma das maiores e mais belas obras arquitetônicas do mundo, com talvez mais de 500 anos, e onde o casal real hospedava em seus mil quartos, milhares de pessoas, isto na França onde o banho é anual ou mais, e onde no castelo não tinha casinha, ou latrina, e onde existiam “pinicos” e onde os serviçais diariamente junto com a incumbência de arruar as camas, tinham a incumbência de tirar os ditos “pinicos” que eram despejados junto as janelas, quando não escolhidos uma das janelas na área onde os mesmos permaneciam por mais tempo, ou seja, na janela da cozinha e lá eram despejados os milhares de “pinicos” diariamente. É uma cena impensável e horripilante para os dias de hoje do homem médio paulistano. Logicamente como aqui no passado lá deviam ter animais que processavam a limpeza, animais estes comestíveis.
Mas voltando a intimidade nestes países nórdicos onde o banho é anual ou mais, ou em nossa zona rural de anos atrás o contato físico deveria ser de olhos e nariz fechado e a “libido” da atração devia ser mascarada pela vontade imensa da procriação, pois a intimidade não devia ser prazerosa, os seres humanos eram muito animais. Maio/2013