Que os responsáveis não sejam esquecidos!
Números sozinhos são frios e não expressam sentimentos, não revelam a dor. Mas o testemunho daqueles que ficam mostra o quanto a Covid está destruindo vidas, consumindo as pessoas, deixando marcas profundas. Estou falando de mortes, da angústia de perder alguém. Isso não é frescura é SENTIMENTO.
Pelo país, faltam não apenas leitos, mas oxigênio, respiradores, ânimo... e o triste vazio substitui os lugares daqueles que partiram nas casas e nos corações dos seus. Para eles, não é mimimi é DOR de verdade
É preciso ter empatia, colocar-se no lugar das famílias..., dizer que é preciso parar de frescura, é como acender um barril de ódio e pólvora no pior momento da pandemia. Perguntar “até quando vai durar o choro” pelas mais de 262.000 mortes, com médias diárias de mais de 1.000 registradas por seguidos dias é um desrespeito a vida e a banalização completa da morte.
É sabido que temos que enfrentar os problemas, mas, não fácil quando se acaba de enterrar, sem luto ou velório, familiares, vizinhos e amigos... e ainda querer nos tirar o direito de chorar os nossos mortos, é o cúmulo da perversidade.
Mais de 262. 000 mortos em 1 ano: que os responsáveis não sejam esquecidos!
Nália Lacerda Viana, 06 de março de 2021