PROTESTO INDIGESTO
(Art/11)


     Um minuto de silêncio. A procissão se faz longa e passa. As formigas se multiplicam. As águas da baía formam açoreamento no lodo insalubre e fétido. Bela... seria a baía... bela!  As gaivotas procuram alimento e, à margem,  o homem descansa fraco, anêmico de pespectiva pouca ou nenhuma  sequer. O amanhã... Sim, cadê o amanhã se a jornada lacra, em centenas, fracos e anêmicos? Estórias de promessas vazias sem algum feelling, tampouco, palpáveis que possam erguer o cajado ao alcance, sem dificuldade de apanhá-lo e assim poder andar. Máquinas e rios nunca param, porém o cajado parece inalcansável à grande parte anêmica e desolada, numa faceta de milhões à mercê da obscuridade e da indiferença. Máquinas em engrenagens solidificam e dispensam, fazem crescer o capitalismo, minguar e contorcer entranhas famintas e desidratadas, que aderem à procissão, se calam e simplesmente serão, apenas, registros, se havidos, quando a lucratividade e rentabilidade  só importa. Crescimento é também deixar a tenura contrabalançar engrenagens por mãos humanas, proporcionando oportunidades ao cidadão brasileiro, pilar, num Estado Democrático de Direito.
Pense/ pondere/ grite se preciso for.

 
edidanesi
Enviado por edidanesi em 07/02/2021
Reeditado em 07/02/2021
Código do texto: T7178493
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