Por mais que eu tente...
Vamos falar de outras coisas. Esqueçamos por um minuto a pandemia. Falar de Deus, do universo, das flores, da falta de chuva aqui, do se excesso ali, das pessoas que amamos, daquelas que se foram, daquelas que não tivemos tempo de nos despedir, da educação brasileira, da saúde, do desemprego, da ciência, enfim... temos vários assuntos, temas os mais diversos para refletir. E é o que estamos tentando, mas 224.504 mortes no país nos chama a realidade. E mesmo os temas mais inocentes nos fazem lembrar do momento.
Cada um tem um ponto de vista, ideias contrárias, visões diferentes de atos irresponsáveis, palavrões. Cada um tece uma reflexão sobre esse vírus arrasador. Como se não bastasse tudo isso para nos fazer lembrar, a mídia, as pessoas hospitalizadas, a notícia a boca pequena, tudo nos chama a atenção, tudo nos faz lembrar da doença, pois maioria de nós, já foi afetada negativamente pelo vírus, muitos perderam parentes, amigos, conhecidos. Outros perderam suas casas, seus empregos…
Pois bem, mesmo que seja um tema bem desgastado, acredito ser importante refletir sobre ele. Pensar como posso me cuidar, o que fazer para ajudar os mais afetados, de que forma podemos colaborar. Não podemos cruzar os braços e esperar, porque quando a gente pensa que tudo vai passar, vem mais uma crise, um grito, uma asneira dita, uma nova onda. Então, vamos nos revezando entre um não querer lembrar e uma lembrança insistente pulsando em nossa mente.
É latente a vontade que temos de que tudo isso passe, de que voltemos ao normal, de que tenhamos um presidente responsável e respeitador (um outro, claro, porque do atual, não dá pra esperar nada, aliás espera-se a cada dia mais besteiras, irresponsabilidades, negacionismos e perversidades).
Esperamos a cada momento que tenhamos políticos comprometidos com a verdade com a honestidade e, principalmente, com os compromissos firmados nas campanhas.
Estou bastante incrédula com a política atual, talvez porque confiasse bastante na anterior (sei que muitos me criticarão por isso, mas vá lá...) e por mais que eu tente, combater isso, mesmo que somente com palavras, é muito importante para mim.
Nália Lacerda Viana, 01 de fevereiro de 2021