Uma razão para irracionalidades pontuais...

Confusão entre identificação subjetiva e compreensão objetiva

Exemplos

Por que existem mulheres anti-feministas???

Graças ao feminismo, a maioria das mulheres, especialmente as ocidentais, têm conquistado e garantido alguns direitos básicos de igualdade e dignidade em relação aos homens. Mas, então, por que diabos ainda existem mulheres que se definem como anti-feministas??

Além de outros fatores que também podem ou devem estar tendo um papel nesta situação (ignorância, alienação, hipocrisia...), parece que elas estão confundindo identificação subjetiva com compreensão objetiva.

Eu vou explicar rapidamente.

Ao invés de analisarem o conceito e a história do feminismo, por si mesmos, os definem e os compreendem com base em comportamentos e alinhamentos ideológicos dos núcleos feministas mais ativos e/ou importantes, resultando em uma assimetria de identificação tomada equivocadamente como compreensão objetiva da ideologia.

Aí que está!

Nenhuma mulher precisa concordar 100% com o feminismo, especialmente em relação às ações e diretrizes ideológicas de núcleos feministas, diga-se, arbitrária ou autoritariamente definidas, sem participação popular, especialmente do público alvo. As anti-feministas estão certas de que ativistas feministas geralmente não representam a pluralidade de opiniões e perspectivas do "coletivo feminino". Mas entram em desacordo com a razão quando decidem lutar abertamente contra a ideologia que mais lhes tem ajudado.

Por que eu demorei a me aceitar como ateu??

Uma das razões para essa demora é porque eu também confundia o conceito de ateísmo com a minha assimetria de identificação de grupo, em relação aos ateus, justamente por se dividirem em dois grupos majoritários: ideólogos típicos e relativistas morais. Ao perceber que, ser ateu, a priori, se limita à descrença em metafísicas e que, portanto, não sou obrigado a relativizar a moralidade ou de me tornar um seguidor acrítico de ideologias "terrenas", eu pude me aceitar como tal, e, pretendendo ser um pouco mais preciso neste exercício de autoconhecimento, me definiria como "predominantemente" ateu, por ainda manter aceso uma chama de esperança ao que parece ser o mais improvável.