Medo e Esperança

Estamos vivendo a era do medo. Hoje o Brasil registrou a triste marca de 200.498 mortes por Covid 19. É um número assustador, mas o pior de tudo que não se pode tratar a ocorrência apenas pelos NÚMEROS são VIDAS PERDIDAS, vidas de pessoas que fazem parte de nossas vidas: são pais, mães, irmãos, filhos, avós, amigos... e isso faz toda diferença de uma lista fria com nomes de desconhecidos.

Essas mortes são frutos da irresponsabilidade de um povo insensato. Elas nos chamam a uma triste realidade: vivemos os últimos dias como se a pandemia tivesse acabado. Então, ela mesma se encarregou de se mostrar presente. Muitos hospitais estão como grande número de leitos ocupados, muitas pessoas em CTIs entre a vida e a morte.

O MEDO nos consome... diante do vírus nos percebemos vulneráveis, impotentes, incapazes. Mesmo que o medo seja visto como um mecanismo de proteção e de defesa porque nos afasta do perigo como um sinal de alerta, não se sabe como fugir pra onde correr, pois ele pode estar em todos os cantos, nos mais inofensivos lugares. Não o vemos. É um descuido e ele chega sorrateiramente até nós e se instala.

Apesar de tudo... há uma luz no fim do túnel. Uma vacina pode ser a salvação de muitos e a nossa grande esperança. A ESPERANÇA é um acreditar e esperar possibilidades de resultados positivos. Ela exige de nós perseverança, afinal, é acreditar que algo é possível mesmo quando há indicações do contrário. É olhar para o futuro, é sonhar, fazer planos.

Para Lacan, "o medo e a esperança caminham lado a lado, como duas faces de uma mesma moeda, duas emoções que se complementam".

Enquantoo a esperança é a expectativa de algo muito bom, o medo é a expectativa de algo ruim, ou seja, ao mesmo tempo que espero que algo bom aconteça, sinto medo de que o pior possa surgir.

Nalia Lacerda Viana, 08 de janeiro de 2021