Paternalismo do presidente
"O Brasil ainda é um país com viés paternalista, em
que as pessoas acham que a solução tem
de vir dos outros,
que a sua responsabilidade é quase nenhuma".
Eduardo Bueno
Seria inapropriado dizer que o presidente do Brasil confunde o seu papel de pai com o de Chefe de Estado? Na verdade, ele nem tenta esconder que não dissocia uma coisa de outra e mobiliza estruturas de Estado e de Governo para agir em prol de seus rebentos. O irresponsável paternalismo é praticado sem o menor escrúpulo, sem um simulacro de impessoalidade sequer. É um pai “exemplar”.
Enquanto insiste em proteger os filhinhos e maquiar dados desgastantes sobre o país, o coronavírus avança (ele não combinou com o presidente quando avançar e quando desacelerar), os hospitais se enchem, o número de mortes aumenta, a devastação da Amazônia continua, o desemprego cresce vertiginosamente, a miséria se alastra, a inflação nos consome e a incerteza quanto ao próximo ano desorienta a maioria dos brasileiros.
E o presidente, onde fica nessa história? O presidente age de forma irresponsável e criminosa empurrando o povo brasileiro para a morte.
O que fazer além de protestar ou reclamar? Ao Brasil resta contentar-se de ele ter "apenas" quatro filhos adultos, senão o que seria de nós? Talvez tivesse que ser criada mais uma Estatal para dar conta das demandar dos filhinhos.
Pode-se ainda, rezar para que estes dois últimos anos que resta de seu governo passe rápido, porque o Brasil já não aguenta mais.
Nalia Lacerda Viana, 29 de dezembro de 2020