A SUSTENTABILIDADE DA VIDA RIBEIRINHA E VONTADE CONSTANTE DOS CIDADÃOS URBANOS EM MUDA-LAS.

A SUSTENTABILIDADE DA VIDA RIBEIRINHA E VONTADE CONSTANTE DOS CIDADÃOS URBANOS EM MUDA-LAS.

Os Ribeirinhos do centro Oeste, vivem de forma sustentável longe da civilização, sem documentos, sem dinheiro isolados, criam seus filhos da mesma forma este são os ciclos de várias gerações, e apesar disto não tem uma alimentação ruim, nem uma vida geral ruim. Assim também são alguns grupos quilombolas com certeza.

Me parece que a única dependência da cidade é o sal como alimento, coisa que vão a cidade uma vez por ano, em viagens a pé que duram de 20 a 40 dias para retornar a mesma vida onde deixou o restante da família, que nenhum contato teve ou terá com a cidade.

É certo que lá no seu habitat eventualmente mantem algum contato com alguém que vem da cidade, com os costumes da cidade que eventualmente levam alguma coisa da cidade e eventualmente deixam alguma coisa da cidade que os mesmos utilizam, mas em regra geral as vidas dos mesmos são totalmente autossustentáveis naqueles ambientes.

Para a regra “abaixo da linha da pobreza”, com certeza estão abaixo, pois ganham menos de R$.270,00 cada pessoa da família por mês, contudo a maior parte destes seres humanos não se beneficiam de bolsas, pelo isolamento e falta de documento em que vivem.

Muito deles tem alguma cultura de mandioca, milho, no mais acabam se beneficiando das frutas, peixe e caça da natureza, que são o suficiente para aquele tipo de vida do isolamento.

Com certeza sem energia elétrica, sem celular, sem veículos mecânicos de propulsão a combustível de qualquer tipo, sem rádio, sem pilha, alguns deles acabam tendo um cavalo para família de até 10 pessoas.

As maiores partes não vivem em cavernas, vivem em uma construção velha abandonada sem manutenção, ou em casas de barros e pau a pique, a natureza do clima quente do centro oeste ou norte/ nordeste favorece a estabilidade da vida nestes ermos.

O Estado e algumas Ongs eventualmente se preocupam com os mesmos devido a influência do sistema capitalista que reconhece que quem vive abaixo da linha da pobreza não estão inseridas no mercado de consumo, e terão que progredir para tanto.

Pessoas destes grupos eventualmente migram para a civilização as vezes não retornando, contudo, a maioria vive por gerações da mesma forma sustentável se se preocupar com as cidades não, não serem pelo “sal” que sentem falta.

Não era muito diferente de onde eu vim, de onde veio meu pai, meu avô, se contarmos estes 3 gerações, meu avô que tinha como única cultura de exportação o café, para a troca por sal e mais alguma coisa, o restante era tirado da própria propriedade, como a banha e a carne do porco, o leite e a carne do cabrito, legumes e verduras das hortas e milho, feijão e mandioca da própria propriedade também, viviam em uma comunidade que pouco dependiam da cidade e é certo que após a colheita a primeira preocupação era separar as sementes para plantar novamente, pois a forma de vida sustentável impunha este conhecimento e rigor na conduta.

Meus avós nunca tiveram banheiro fora ou dentro de casa em seus mais de 80 anos de vida e com certeza seus pais também não, já meus pais quando casaram passaram a viver em um casebre vizinho lá no meio da serra do pico, fabricou o seu fogão lenha, sua cama de paus, com “furkia”, paus varões para a lateral e pés e cabeceira e com cipó flexível o “extrado” e com palha os colchões, panos de algodão fechavas as grades sacos de palhas que formatava os colchoes.

Minha mãe que vinha de uma vida temporária na cidade teve que se adaptar o retorno a vida rustica, pois já tinha tido uma vida diferente na cidade com luz elétrica, carros e alimentação fornecida.

Eu iniciei também nesta vida, e na medida do possível já com alguns contatos com a vida da cidade, minha mãe prendada costureira, além das vestes de casa, ganhava algum dinheiro costurando pra fora, e minha geração ao contrário de meus avós e meu pai, fomos a escola aos 7, e a partir daí a preocupação da minha mãe era nos levar para a cidade para a continuidade dos estudos e com seu esforço apesar da resistência venceu esta etapa e mudamos para cidade exatamente no fim do terceiro e último ano escolar naquela localidade.

Nesta época há mais de 50/70 anos 90% da população viviam no meio rural, hoje no estado de são Paulo inverteu totalmente somente 5% lá ficando e mesmo estes a maioria aposentados que vivem na dependência da cidade com a aposentadoria que ganham buscam na cidade e supermercados os alimentos do dia a dia, nada mais produzindo, usando gratuitamente o meio de transporte público para se locomoverem, os que não são aposentados a maioria também buscam na cidade no dia a dia os meios de sustento com trabalhos de pedreiros, serventes, ajudantes geral, etc., e as mulheres em trabalho de limpeza, faxina em casa de família ou comercio e indústria urbana.

Mas aqueles Ribeirinhos e quilombolas ainda estão por lá e continuarão por algumas gerações, modificados que serão pelo Estado que tentam tira-los da linha da pobreza e das Ongs que lá buscam ajuda-los, e na verdade estarão criando dependências outras em seus modos de vida, uma vez que as vidas dos mesmos sempre foram equilibradas e autossustentável.

A principal mudança são as aposentadorias dos maiores que 60, que acaba levando recurso financeiro que contamina o meio e sua sustentabilidade, bem como os jovens que acaba recebendo estudos obrigatório do Estado e acabam conhecendo os atrativos urbanos e de lá fogem para outras vidas, pelo que aqueles nucleos tendem a findar pela interferência do Estado, indo tambem neste rumo não só os ribeirinhos, quilombolas como os indiginas de forma que em um futuro proximo todos estarão globalizados e embrenhados na vida capitalista de consumo.

Tive a oportunidade de ver de perto estas vidas de ribeirinhos, nas diversas viagens de pescarias em “ermos” dos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, e nesta semana em debate em canal do Yotube com o tema o “dinheiro ajuda ou atrapalha”, história de vida foi testemunha sobre a vida de uma jovem que passava as férias em fazendas no goias e conviviam com os ribeirinhos e seu meio de vida e depois de passar pela vida da cidade, universidade em Uberlândia, viver na Europa e nos Estados Unidos, retornou aquelas paragens de suas férias de infância, e chegou à conclusão que a sua pessoa foi mudada pelo educação e vida da cidade, não era mais infanto juvenil, e somente ai passou a entender que aquelas vidas estavam abaixo da pobreza, ou seja criou um pré-conceito pessoal, pois aquelas vidas autossustentável sempre foram as mesmas e continuarão sendo, mas a mudança em si, passou a encara-las como uma vida diferente de segunda classe com necessidade de modificação, coisa que antes de crescer adquirir a cultura urbana não achava necessária, pois conviviam com os mesmos de forma harmônica sem o pré-conceito que hoje tem. 24.10.19

estreladamantiqueira
Enviado por estreladamantiqueira em 29/12/2020
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