OK, você venceu!
Morreram quase 200 mil pessoas? Mais de 7 milhões foram infectadas? E daí? Quem tiver que morrer, morrerá. A pandemia só terminará depois que o vírus contaminar mais de 75% da população.
É assim que o presidente Bolsonaro sempre pensou desde o início da pandemia. Desde que Mandetta, o ex-ministro da Saúde, o tentava orientar para que a pandemia não consumisse tantas vidas. E assim será.
O governo não tem pressa em aprovar ou comprar vacinas. Para que gastar com vacinas, seringas, agulhas. Foi o próprio presidente da República quem o disse numa conversa com seu filho Zero Três, deputado federal, lobista de empresas americanas de armas, o quase embaixador do Brasil em Washington. A natureza de Bolsonaro não mudará.
Só tirou Abraham Weintraub do Ministério da Educação porque se sentiu ameaçado por um processo de impeachment. Weintraub sugeriu a prisão dos ministros do STF, “esses vagabundos”. Mas como prêmio de consolação, ganhou uma diretoria do Banco Mundial nos Estados Unidos. Salário em dólar.
Então todos pensaram que Bolsonaro iria trocar de pele. Parecia assustado, aprendera a respeitar a Justiça e o Congresso. O diálogo seria seu principal instrumento de governo. Agiria como todos os seus antecessores. Finalmente, teríamos um presidente normal, e não um destruidor do sistema. A democracia estava salva! Deus seja louvado!
Mas de novo o caldo entornou. Fabrício Queiroz, amigo há 40 anos de Bolsonaro, “tutor” do Zero Um, na Assembleia Legislativa do Rio, foi descoberto e preso numa casa no interior de São Paulo do advogado Frederick Wassef.
Advogado de quem? Ora, de Flávio e de seu pai, mesmo que os dois jurem de “mãos postas” que jamais souberam que Wassef escondia Queiroz. Coitados!!!
Nalia Lacerda Viana, 21 de dezembro de 2020