Racismo no Carrefour: Justificando o injustificável.
Vejo pessoas tentando justificar ou relativizar a morte de João Alberto nos comentários dos noticiários na web. A que ponto chegamos? Um internauta colocou uma suposta ficha criminal da vítima, uma foto sem nenhuma credibilidade, como costuma acontecer no Facebook. Uma reportagem do Uol confirma que ele tinha, de fato, antecedente por violência doméstica [que não teria sido para com a atual companheira], lesão corporal e ameaça.
Tudo bem que ele tivesse problemas com a justiça. E, inclusive, nem sei se já havia sido julgado ou se ainda respondia... A questão é que, mesmo assim, isso em nada diminui a crueldade de um assassinato no estacionamento de um supermercado. Os seguranças analisaram a ficha criminal dele? E quer dizer que quando alguém está em débito com a justiça, pode ser indiciado, julgado e condenado pela suprema corte dos seguranças do Carrefour? Se ele, supostamente, agrediu o policial ou a funcionária, que tivesse sido contido e preso e não espancado e morto.
Outros internautas ainda dizem que ele não foi morto por ser negro, mas por ser um homem de grande porte e por ter sido agressivo.
Sinceramente, não consigo imaginar o mesmo tratamento sendo dado a um homem branco, loiro e de olhos claros, por maior que ele seja.
O caso em questão é inadmissível, não se justifica sob nenhuma hipótese. Foi um assassinato que expôs, mais uma vez, a grotesca face do racismo tupiniquim. Mas, ao que tudo parece, a carne mais barata do mercado é a carne negra, e o racismo “Made in USA”é o que sempre choca mais.