POLÍTICA E RELIGIÃO 
Nair Lúcia de Britto

Acredito que, assim como os rios Negro e Solimões não se misturam, Política e Religião também não. Os rios não se misturam porque a composição química, a temperatura e a velocidade dos dois rios são diferentes. 
O que faz a diferença entre a Política e a Religião é que a primeira cuida das questões materiais da nossa vida terrestre. E a missão da Religião é Espiritual. O cuidado com a nossa alma para merecermos a verdadeira vida, que é a Vida Eterna.
“Sempre que a Religião se juntou a um determinado regime político ou a um reinado, a Igreja se deu mal.”, declarou Dom Aldo Pagotto, ex-bispo da Paraíba. Vale ressaltar que ele não foi um religioso comum, era um sábio! Extremamente inteligente; um estudioso e, por isso mesmo, muito culto. Enfim, era um homem de grandes virtudes.
Na sua humildade dizia não ser um exemplo para ninguém. Mas na verdade era, sim, um belo exemplo tanto dentro da Igreja como da Sociedade.
Dizia ele que, devido a formação que recebeu da família e movido pela própria índole, não se contentava em fixar seu trabalho apenas dentro da Igreja, divulgando os ensinamentos da Evangelho.
Sentia-se também no dever de arregaçar as mangas e trabalhar junto aos demais setores da sociedade, na promoção do Bem comum e recuperação de valores morais esquecidos.
Nesse sentido Dom Aldo expressava sua opinião a respeito de quaisquer assuntos e cobrava dos políticos uma atuação humanitária. Com o cuidado de jamais se envolver em quaisquer partidos ou faltando com a ética quanto as observações colocadas.
Mas era contra à união da Igreja junto Estado. Defendia a posição que o Estado deve ser laico, neutro às questões religiosas, isto é não impor nenhuma religião ao Estado. O Estado porém não poderia ser ateu, negar a existência de Deus (Poder Supremo). Nem ficar alheio às opiniões religiosas.
Vale lembrar que o Laicismo é uma doutrina que prega a inoperância da Religião nos assuntos do Estado. Essa idéia da separação da Igreja e do Estado ganhou força na Revolução Francesa (1789-1799). Devido a confusões sociais causadas pela interferência da Religião na Política.
Durante todo período monárquico (1822-1889) o Brasil foi um Estado Católico, a religião oficial do nosso País, a Célula Máter, a mãe de todas outras religiões. Mas a partir da Constituição de 1891 o Brasil foi definido como um Estado Laico, separado da Igreja.
Tanto no campo religioso como no político Dom Aldo sempre reafirmava:  “Somos todos iguais em direitos e deveres.” Sempre na promoção do Bem em todos os setores da Sociedade.
Sua forma de evangelizar era com base no Ecumenismo, isto é, na união de todas as Religiões que têm por base o Evangelho de Jesus. Sem julgar, nem condenar sem conhecimento dos fatos. Nem se colocar como “dono da verdade”. Dispunha-se ao diálogo, à troca de ideias e à reflexão sobre temas polêmicos.
Dom Aldo teve a preocupação de editar uma Cartilha com orientações para o período de eleições, desde que chegou à Arquidiocese da Paraíba, em 2004. Uma nova edição era publicada a cada ano eleitoral.
A edição de 2014 foi diferente das anteriores. Para facilitar a compreensão do maior número de pessoas possível, Dom Aldo escreveu a Cartilha em forma de uma história fictícia. Um diálogo que um menino curioso tem com seus pais, sobre Política.
Creio que a criação da Cartilha de Dom Aldo Pagotto, para contribuir no âmbito da Política, serviu de inspiração para outras criações.
Neste ano de 2020 a Igreja Católica do Paraná criou uma Cartilha para as eleições municipais deste ano; a pedido da presidência da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Elaborada por peritos em várias áreas do conhecimento, abordando temas relevantes entre eles o problema das “fake news”.

Informações e pedidos podem ser solicitados pelos telefones (41) 3224-7512 ou (41) 99955-9980.   
 


Nota: Segue Cartilha do saudoso Bispo Dom Aldo Bogotto.   
 
 
 

 
 

 
Nair Lúcia de Britto
Enviado por Nair Lúcia de Britto em 18/10/2020
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