Um número crescente de pessoas começa a crer que as redes sociais exercem influência excessiva em conversações políticas e sociais relevantes. Outros começam a se dar conta de que desperdiçam uma quantidade insalubre de tempo concentrados nas telas de seus aparelhos, “socializando” online enquanto, na realidade, afastam-se uns dos outros e do mundo real.
As redes sociais não são apenas compatíveis com o autoritarismo: elas podem ser uma das principais razões pelas quais as práticas autoritárias atualmente se espalham rapidamente pelo mundo, semeando confusão, preconceito, ignorância e conflito. Uma prática autoritária particular pode ocorrer até mesmo em um regime não autoritário.
O mundo das redes sociais facilita mais conteúdos extremistas, carregados emocionalmente e divisivos do que considerações calmas e fundamentadas sobre narrativas complexas. A perseguição racional e deliberada de consenso e a busca pela verdade estão perdendo terreno para a cacofonia de opiniões e a torrente de informações nas redes sociais. Diante do excesso a que são submetidos, os consumidores recorrem a atalhos cognitivos que tendem a aproximá-los de opiniões que se encaixem naquilo em que já acreditam. Ao mesmo tempo, o próprio algoritmo das redes sociais coloca os usuários em “bolhas” online nas quais se sentem confortáveis e ideologicamente alinhados.