"A IRRACIONALIDADE DA RAZÃO."

Uma das críticas que mais se faz a fé é que ela não é racional. Os críticos costumam dizer que ter fé é sinônimo de irracionalidade, ou seja, a uma quase bestialidade. É como se crer em divindades é não ter nenhum grau de sanidade. Bem, isso não é verdade. Talvez, o que muitos dessas pessoas não saibam é que dos últimos 100 ganhadores do prêmio Nobel da paz, 62% eram cristãos e se somados com outras religiões, chega a 92%. Oras, isso é sinônimo de irracionalidade? Não. Há outros exemplos da contribuição da religião na humanidade (democracia ocidental é um), mas por ora vamos nos ater a esse ao Nobel da paz. Na realidade o que gostaria de fazer não é defender a fé, mas sim falar da "irracionalidade da razão." Sim, a razão é muitas vezes "irracional" o que a princípio parece ser algo paradoxal. Vejamos: Os que a tratam (razão) como um quase divindade (não se nega aqui a sua extrema utilidade), esquecem-se que ela foi e muita das vezes ainda é, uma das grandes causas do mal na humanidade. Em seu nome, por exemplo, Adolf Hitler mandou matar milhões de judeus acreditando que estava agindo na legalidade. O mesmo fez o ditador comunista Stalin na antiga União Soviética. Isso sem falar das falcatruas, trapaças, corrupções, etc, que são praticadas em nome dela. "Foi a racionalidade," por exemplo, que escondeu milhões de reais no apartamento dos ex deputado Geddel de Oliveira. Foi ela também que fez com que o ex governador Sérgio Cabral, atualmente preso no Rio de Janeiro, se tornasse um megalomaníaco por poder e dinheiro. A filósofa Hannah Arendt ao escrever aquilo que ficou conhecido como: a "banalização do mal," relatou que os comandantes do exército nazista eram pessoas racionais. Tinham filhos, esposas e uma vida aparentemente "normal," no entanto, praticavam friamente todo aquele terrível mal. Conclusão: os piores atos humanos não foram praticados pela religião como muitos gostam de afirmar (claro que houveram tbm), mas sim em nome de uma fé na razão. Portanto, ela racionalidade não é um parâmetro totalmente confiável para se dizer que uma pessoa é sensata ou não. Há razões e motivos na existência humana que a própria razão desconfia.

Danilo D
Enviado por Danilo D em 24/09/2020
Reeditado em 02/10/2020
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