POBRE, PRETO E DA PERIFERIA

Eu creio e há dados que mostram isso que pessoas pobres, pretas e da periferia sofrem bem mais discriminação do que ricos, brancos e que moram em bairros considerados de burguesia. Acredito que poucos negariam tais fatos empíricos. O olhar para este tripé da sociedade será sempre com ar de incredulidade. E o Estado (não vou entrar na eterna discussão de Estado máximo e mínimo) que deveria se fazer mais presente se mostra cada vez mais ausente. No entanto, o fato de uma pessoa ser pobre, preta e da periferia faz dela um ser com total e plena autonomia? Não! Porém, para certos grupos e para as grandes mídias, em especial a Rede Globo de televisão, parece que sim. Parece que tudo que este tripé faz de errado é visto apenas como uma forma legítima de resistência ao sistema capitalista. Assim, por exemplo, se o rapaz é preso porque furtou um celular (isso quando não comete latrocínio) ele apenas o fez porque não tinha ninguém para lhe dar. Quando faz barulho incomodando os vizinhos com som alto é apenas uma forma de extravazar. Quando joga lixo na rua e nos córregos é porque não tinha ninguém em casa a bons modos de educação lhe ensinar. Quando usa ou vende drogas é porque foi o único modo de a vida dura suportar. Enfim, para estes grupos que defendem pessoas com tais características não há nenhuma ou pouca responsabilidade de comportamentos por parte deles. O inferno são sempre os outros como diria Jean Paul Sartre. Mas a condição social, a localidade e a cor da pele não podem ser determinantes e nem justificativas absolutas para se praticar atos criminosos e de relaxo. Isso tem que ficar claro. Primeiro porque tira das pessoas o senso de responsabilidade algo tão precioso para toda humanidade. E segundo que procedendo assim se gera ainda mais desigualdade e animosidade entre os vários grupos de uma sociedade. Portanto, uma coisa não pode justificar a outra.

Danilo D
Enviado por Danilo D em 09/09/2020
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