COMO SABER SE SOU CRISTÃO?

Para quem se diz cristão como saber se de fato é ou não é? Alguém poderá afirmar: Sou cristão porque vou todos os dias à igreja. Porque participo da festa da pipoca, feijoada, dança, teatro, louvor, etc, da minha comunidade de fé. Porque não bebo e não fumo. Porque não falo palavrões. Porque faço sexo apenas com meu cônjuge. Porque leio a bíblia. Porque fui emocionado a frente no culto quando Jesus implorava (rs) para eu o aceitar como meu salvador. Porque dou dízimo. Porque meus pais, avós e tios também eram e são. Porque não ouço música do mundo (como se houvesse música em Marte, mas tudo bem, rs) e nem assisto o Faustão. Porque sou conservador. Porque uso terno, gravata, saia, não corto cabelo. Porque não assisto novelas. Porque só tenho amigos da igreja. Enfim, sou cristão por tudo isso aí, diria este alguém. O problema é que embora muitas dessas atitudes citadas (não todas) tenham seu devido valor e importância na caminhada cristã, elas não significam de modo algum que uma pessoa seja genuinamente convertida a Cristo. O buraco é bem mais embaixo ou, sendo mais exato, em cima, rs. Vejam: muito do que os evangélicos dizem ser características para ser considerado um cristão na verdade tem mais haver com moralismo, costumes/tradição, medos, vaidades, imposição e outros mais, do que com o evangelho da verdade. Sabe por quê? Porque muitas outras pessoas (inclusive ateus) tem atitudes iguais ou até melhores que muitos evangélicos e, nem por isso são consideradas cristãs. Vejam, por exemplo, o caso do historiador e celebridade Alexandre Karnal. Ele é um ateu confesso e mesmo assim por causa da sua profissão e costume diz que lê a bíblia todos os dias. Isso faz dele um cristão ou judeu? Não. Existem outras dezenas, centenas e milhares de pessoas que não bebem, fumam, traem, falam palavrões, não mentem, são honestas e nem ouvem funk, mas que não são nem de longe consideradas cristãs.Tudo isso prova que ser cristão não tem nada ou pouco haver com aquilo que uma pessoa faz ou deixar de fazer. Ser cristão tem haver primeiramente e principalmente com a disposição do coração. É nele que a guerra é travada todos os dias. Lembrando que coração no sentido bíblico não tem nada haver com aquilo que pulsa e bate forte no lado esquerdo do peito e nem com este sentimentalismo que a sociedade secular costuma ensinar. Coração tem haver com o mais profundo do nosso ser. É de onde saem os nossos mais terríveis e cruéis desejos pecaminosos. É onde se trava a batalha entre o EU que deseja declaradamente nos afastar de Deus e do Espírito que deseja nos aproximar. Enfim, ser cristão tem haver com a disposição de Cristo reinar e ser senhor desse coração (confesso que inúmeras vezes não permito isso). O resto é resto. Por que se não for assim, deveríamos fazer como C.S.Lewis recomendou, ou seja, se você deseja se sentir confortável, não lhe recomendo o cristianismo, mas sim uma bela taça de vinho!