Caso Romero Brito

Vamos voltar a falar da intolerância. Ela está cada dia mais perto de nós. Veio chegando de mansinho e hoje já é notícia em todos os jornais .

A impressão que dá é que estamos nos adaptando a ela, como viemos nos adaptando a violência urbana, que não deram conta até hoje de resolver.

Segundo informações Romero Brito o grande senhor das belas pinceladas entrou na sua loja e desacatou seu funcionário. A funcionária claro se sentiu humilhada. O que não é para menos.

A sequência disso tudo que me faz refletir. A senhora do estabelecimento vai até o pintor e destrói a obra de sua autoria. Quanto ela pagou pela tal obra não importa. O que nos faz pensar é: qual a diferença dos atos?

Se ele vai a sua vida e te agride eu vou a sua e faço o mesmo. Olho por olho, dente por dente. Onde isso vai levar?

Não houve nenhuma lição nessa história. Apenas evidenciamos duas situações em que a intolerância está vivamente presente.

Nenhum dos dois parou para analisar os fatos. Não sentaram para conversar muito menos houve ali um ato de humanidade.

Ele jamais poderia como ser humano destratar outro. Porque a base da vida é fazer ao outro o que desejo para mim e os meus. Infelizmente a patroa movida de dor pela sua situação também não pensou e lançou da mesma estratégia.

A intolerância está aí, marcada fortemente em nossos filmes, novelas e músicas. Só que ainda não demos conta de parar e pensar no que isso muda a minha vida.

Porque parece correto essa ação quando ela é feita longe de mim e minha família. Mas quando ela se volta aos nossos queremos mais tolerância.

As crianças estão sendo sendo as mais massacradas nesse tempo. Elas estão sendo medidas pela mesma medida de seus pais.

São intolerantes ao volante, e os pequenos refletindo na escola com os coleguinhas.

Dentro dos condomínios ninguém suporta o barulho do outro, quer logo que resolvam antes que ele mesmo vá lá, mas se é seu dia de receber alguém precisa que tenham entendimento disso. E esquece que suas ações não são de paz.

Nossa buzina já não é mais de alerta a quem está ao volante, mas de voz ao nosso grito que não escutam.

Cada um por si. Infelizmente até no meio religioso estamos presenciando essa mudança. Aquele que pregava as boas novas hoje grita por boicote a marcas e pessoas. Aquele que era sinônimo de amor hoje estupra e abusa de nossos filhos e amigos.

Onde a nossa paz interior foi parar? Quanto mais longe de Deus em Cristo estivermos menos humanidade haverá.

Aos pés da cruz é onde nossa humanidade deve viver, por que é ali que haverá o sacrifício de entender o que nos liga um ao outro e a Deus.

Enquanto nosso discurso for de felicidade a qualquer preço, de satisfação a qualquer quinhão o homem olhará apenas para dentro de si e encontrará apenas egoísmo e fracasso.

Não é quanto ganhamos que deve nos fazer ser, mas quem realmente somos. Porque o dinheiro pode comprar o que me fará sorrir, mas minha paz interior só eu posso encontrar.

Ou nos achegamos novamente ao maior amor de doação que é Cristo ou vamos ver cada dia mais absurdos sem termos como entender.

Que Jesus nos ensine a sermos mais humanos e menos egoístas. Que aprendamos com Ele a olhar o outro como parte de nós e não aquele que precisa ser destruído por está no meu caminho.

Até a próxima...