UMA CRÔNICA POLICIAL

Entre os diversos tipos de violência que assolam o país, a violência policial ganha um destaque de alta relevância.

Entretanto, autoridades e analistas menos tendenciosos entendem que os assustadores números de delitos não advém da polícia e sequer tem origem em suas ações. São várias as raízes, as quais não se propõe a discutir aqui.

Ao abordar sobre a violência, especialistas de diversas orientações atribuem aos foras-da-lei o fato de serem violentos, à polícia de ser estúpida e de usar métodos totalmente repressores, seja como forma de anular a violência ou para mais facilmente adquirir confissões.

No entanto, é fato que a polícia ainda mantém uma filosofia preconceituosa. Fatores tradicionais faz com que o pensamento e a teoria do crime permaneçam impregnados de ideias que contradiz com justiça.

Esse preconceito se deve a uma teoria chamada lombrosianismo. No referido pensamento o sujeito lombrosiano é teoricamente aquele que tem um determinado biotipo, cujo formato da caixa craniana, sobretudo, possui características de um eventual criminoso.

O lombrosianismo foi inspirado no médico italiano Césare Lombroso. O pensamento de Lombroso idealiza a figura do delinquente nato, ou seja, para ele o indivíduo com as características por ele descritas, nasce com inclinação para atos delituosos.

O delinquente de sua tese possui uma característica específica, cuja anatomia descreve a indicação do suposto delitante, um eventual praticante de crimes.

Transplantado para os quarteis e levado em prática por alguns policiais, o lombrosiano, é um candidato ideal para ser garantido como suspeito, podendo ser abordado a qualquer momento, em qualquer local por uma guarnição da polícia.

Embora essa teoria esteja sendo combatida por algumas correntes, fora e dentro da polícia, ainda é com a reminiscência de tais argumentos que alguns membros da polícia e, pasmem, até alguns setores jurídicos tentam justificar, de forma implícita, determinadas práticas repressivas.