Mulheres
Ah, as mulheres. Ao mesmo tempo, tão perfeitas e tão complicadas.
A sociedade foi moldada ao redor delas, para desespero das feministas que só sabem vociferar contra o patriarcado. Explico: desde o início dos tempos, a vida na terra organizou-se sob um princípio básico, o da autopreservação, o de garantir a continuidade da espécie. Entre os mamíferos, as fêmeas são as genitoras da existência e, no nosso subconsciente de primatas, todo o bando deve, portanto, protegê-las do mundo. Assim, os machos são descartáveis. Se eles morrerem para protegê-las, sua função restará consumada.
Deste modo, a civilização seguiu. Os machos saíam para a caça, para as guerras. Garantiam a sobrevivência das fêmeas. Tinham que propiciar o ambiente necessário à reprodução e ao desenvolvimento da prole humana, naturalmente indefesa nos seus primeiros anos. Os mais aptos nessa tarefa é que mereciam o amor feminino.
No mundo atual, as coisas ainda são assim. A sociedade produziu obras nunca antes vistas, mas nossas mentes ainda são as de macacos recém-saídos das savanas. Por mais que a cultura tenha mudado bastante ao longo dos séculos e sua simbologia exerça grande influência sobre as questões mais íntimas das relações humanas, esse atributo básico da autopreservação da vida é perene e nunca se esvairá.
Consequentemente, por mais que as mulheres não gostem de admitir, ainda preferem os caras mais durões, aqueles que não se abalam diante das dificuldades. Aqueles mais assertivos e indiferentes. Aqueles que têm "pegada", que não têm escrúpulos e medo de agir. Aqueles que não se importam com o sentimento alheio, nem com as agruras que a vida lhes traz. No subconsciente feminino, estes são os indivíduos que podem garantir a segurança e a proteção tão almejadas, mesmo que tais indivíduos sejam verdadeiros canalhas.
No entanto, por mais paradoxal que possa parecer, a sociedade contemporânea produziu homens inseguros, melífluos, sensíveis. Os traços de personalidade relacionados ao masculino tornaram-se indesejáveis. Compreensível: ao longo dos séculos, as mulheres sofreram bastante sob o julgo dos homens. Papeis sociais rígidos também não estão mais em voga. No entanto, a feminilização social não consegue, nem conseguirá, eliminar esse instinto mais básico do ser humano, o da autopreservação.
As mulheres não sabem como lidar com essa nova dinâmica: uma sociedade repleta de homens fracos que não lhes trazem aquela segurança primitiva. Querem caras compreensíveis, mansos, mas não entendem porque logo perdem a atração por eles. Emancipadas, tornaram-se solitárias e insatisfeitas. Os homens, inseguros e depressivos.
É isto: o ser humano não pode contornar princípios naturais básicos. Lutar contra isso é ingenuidade.