Dos Três tipos de Julgamentos
Dos três tipos de julgamentos que concebemos, todos devem ser considerados, mas somente um levado a sério.
O primeiro tipo é aquele em alguém que realmente entende um assunto ou domina alguma habilidade. Costuma a ser o julgamento mais doloroso, pois não duvidamos que ele tenha razão ou que ele saiba o que esta falando. Porém é o mais construtivo e com enormes potenciais para crescermos como profissionais e mesmo como pessoas.
O segundo tipo é daquele que tem inveja ou se sente ameaçado de alguma forma pelo que você é ou faz. Esta forma de julgamento tende enviesada por raiva e pela vontade de prejudicar ou desmerecer alguém. Ele costuma a ser sutil, embora a forma mais direta seja a mais falada. É quando o que fazemos ou dizemos incomoda alguém, mesmo sem razões evidentes para isto. A pessoa não sabe explicar sua má vontade ou repúdio, mas a sente e expressa isto na forma de lidar com sua opinião ou de avaliar seu trabalho.
O perigo deste tipo de inveja é acreditarmos que se trata de julgamento sério a respeito do que fazemos e falamos, quando na verdade só expressa um incômodo com quem fala e faz. O julgamento tenderá a ser de má vontade e voltado para desmerecer o outro. De forma alguma devemos contar com quem tem este tipo de julgamento a respeito de nós, pois tenderá a atrapalhar ou auxiliar com preguiça ou mesmo prejudica-lo.
O terceiro tipo é aquele de quem acredita que sua forma de fazer e trabalhar é a única possível. Convencido da raridade e exclusividade de caminho e método para fazer as coisas, ele tentará de todas as formas minimizar o que você faz e encontrar erros. Não que receber críticas seja algo a se evitar a todo custo, o problema é que ao faze-lo com intuito de desmerecer o outro, haverá exageros, injustiças e mesmo mentiras para justificar a “superioridade” do próprio pensamento em relação aos demais.
O problema deste tipo de julgamento é a tentativa de ser o único ponto de vista e caminho para se resolver um problema ou encarar a vida, sufocando ou desmerecendo os demais. A verdade é que possível vários caminhos e métodos para se fazer diversas coisas, a velocidade com que o mundo tem se transformado testemunha por si mesma tal fato.
O Problema para os que julgam
O primeiro tipo pode sofrer por sua sinceridade, mas no final das contas será lembrado pelos que são honestos consigo mesmos com certa gratidão. São pessoas que poderiam ter guardado para elas o que sabem, talvez ganhariam mais com isto, mas preferiram se manifestarem diante de erros inadmissíveis e prejudiciais aos outros ou a quem os pratica. São pessoas que compensam ter ao lado e trabalhar com elas, pois costuma a ser sinceras também quando algo é feito como deveria ser.
O segundo tipo sofre com a estagnação pessoal e profissional, pois ao invés de focar no seu crescimento profissional e pessoal, ele se devota a julgar o mérito do crescimento e do espaço conquistado pelo outro. Ao invés de aprender com quem esta acima dele, ele prefere repudiar o direito do outro. Enquanto julga o outro desta forma leviana, ele poderia admitir suas insatisfações com o que sabe e faz e ir atrás de melhorias: lendo, estudando, perguntando, se aproximando de gente competente, etc.
Ao invés de potencializar o que sabe, adquirindo novos saberes e habilidades ele se dedica a desmerecer o que o outro já tem ou a procurar defeitos e limites inexpressivos ou inexistentes. Alimenta amargura, se indispõe com colegas e se torna pouco propositivo.
O terceiro tipo sofre com a estagnação pessoal e profissional também, só que por meio do seu pensamento fechado em que se convence que o único caminho possível é aquele que ele domina e prefere. Como o mundo é diverso e aberto a muitas possibilidades, encontrará muitas resistências entre colegas e mesmo entre subordinados, a inovação, o aperfeiçoamento não serão bem vindo e serao inibidos na organização ou empresa onde ele tiver algum poder de comando.
O que fazer?
Você possui dois ou mais tipos de capitais que não se limitam ao financeiro, embora este último sirva para adquirir os demais.
O capital cultural, que se constitui de suas habilidades, conhecimentos e costumes que possuem menos ou mais valor em uma sociedade, tanto em termos de status como financeiros.
O capital social, que se constitui de suas habilidades sociais para formar redes, administrar sua imagem pessoa e profissional, o conhecimento de pessoas em posições valorizadas socialmente. Tudo isto pode render oportunidades ou potencializar oportunidades do capital cultural: ter domínio técnico de alguma atividade valiosa e ter ou não quem lhe reconheça.
Isto é, podemos ter um grande conhecimento ou habilidade, mas não saber onde emprega-las, com quem estabelecer contatos e mesmo como fazer para ser reconhecido como tal. A administração da imagem social potencializa o capital cultural, que nem sempre por si mesmo se evidência.
O Trabalho em Grupo
Acostume-se com a inevitabilidade do trabalho em grupo. Será preciso cooperar, cativar esta cooperação das pessoas, construir o respeito, compreender as dificuldades dos demais, lidar com conflitos e administrar discordâncias.
Isto significa que uma habilidade distinta da técnica terá que se desenvolver para que o trabalho se realize.
Embora a estrutura escolar em geral aponte para o trabalho individual, o aluno aprendendo e o professor ensinando, o mundo do trabalho envolve uma relação mais ampla que mandar e obedecer, muitos casos tarefas serão divididas e todos terão o mesmo direito de opinião que você. Surgirá dúvidas, mal entendidos e conflitos, mas serão atenuados e potencializados de forma produtiva.
Muitos sistemas escolares como o japonês e finlandês valorizam o trabalho em grupo.
O trabalho em grupo é de extrema importância, pois ao dividir funções e ao mesmo tempo cooperar para o fim comum, torna o grupo algo além da soma de indivíduos. Mesmo a pesquisa científica esta longe da figura isolada do cientista que descobre sozinho uma fórmula, vacina ou tecnologia revolucionária.
Equipes que dividem as dificuldades de um problema, o torna menor para todos, estão divididos por assim dizer, mas extremamente unidos em torno de um objetivo comum.