Mãos higienizadas e dois polos de uma pobre sociedade.
**Com direito a pitaco de um amigo muito querido, estamos isolados, jamais sozinhos.
A nossa sociedade apresenta-se altamente polarizada, esta tem sido uma fala comum, e você compreende tal situação? Consegue interpretar com clareza se tratar de uma concentração de interesses em extremos opostos?
Grupos que em algum momento foram aliados, se estranham e acomodam-se em condição de opositores, a defender suas riquezas, a vida ou os direitos que destoam, a depender do polo que ocupe.
A sociedade brasileira atual não pode mais ser lida, apenas, através dos conceitos de Adam Smith de controle econômico, mão invisível, demandas e ofertas, e outros do gênero, a que fomos acostumados por anos a interpretar e fundamentar ideais de movimentos sociais - lembrando que a economia, ainda é uma ciência social - embora em muitos aspectos o humano perde relevância, sendo exatamente esse o ponto a que me refiro, quando voltando a polarização desta nação chamada Brasil, dividida por cidadãos conscientes do seu poder financeiro, que entram em guerra com o outro polo, que, embora em número muito maior, depende financeiramente dos recursos angariados a partir do seu esforço em prestação de serviço e emprego da mão de obra direta ou indireta.
Os recursos estão alocados naquele polo distante, aquele mesmo de cidadãos convictos e conscientes dos seus atos, que não tem interesse em alimentar um fluxo equilibrado.
As mensagens do polo mais rico quanto a necessidade do outro polo arriscar sua vida e dos seus para que o "país não pare" tem sido uma constante, uma análise fria nos traz um panorama doentio, pois enquanto aqueles que possuem alto padrão financeiro se isolam e buscam acompanhamento médico especializado, jogam sem dó, nem piedade a outra parte para o limbo, para o fronte, uma multidão de seres humanos sem rosto, que precisa estar exposta a todos os males, sem direito a cuidar dos seus e de si mesmo, morrendo na porta de hospitais e sendo enterrados em covas cada vez mais rasas.
O tempo urge, e cavar sete palmos de terra pode ser a diferença entre aumentar ou não o lucro da indústria da morte.
São dois polos, um consciente de que precisa disseminar ódio e informações controversas, para confundir cada vez mais o entendimento do outro, que precisa alimentar os seus e pedir ajuda de Deus e da ciência, que é também desacreditada através de notícias cada vez mais absurdas, encabeçada por homens que desconhecem ética e prescrevem a cura sem conhecimento de causa, como se tudo fosse muito mais simples do que a realidade nos mostra. É a tática do confundir para controlar, na prática.
A equação apresenta-se em desequilíbrio, a mão invisível se recolheu e precisa ser bem higienizada para quando entrar em ação não contaminar ainda mais aqueles que estão sujeitos ao contato.
Um dia o risco deixará de existir, o número de baixas terão nomes e muitas vezes, listas de famílias inteiras, e ainda continuará a busca por uma renda em troca do esforço braçal, enquanto no outro polo, riquezas serão ainda mais acumuladas e indenizações não serão capazes de compensar tamanho estrago causado por arrogância, ganância, ignorância e desumanidade.
Lave suas mãos, proteja-se, mas não lave as mãos para as vidas que precisam ser preservadas.
Renata Rimet
Educadora, Licenciada em Letras, Bacharel em Administração de Empresas, Especialista em Gestão de Pessoas.
Grupos que em algum momento foram aliados, se estranham e acomodam-se em condição de opositores, a defender suas riquezas, a vida ou os direitos que destoam, a depender do polo que ocupe.
A sociedade brasileira atual não pode mais ser lida, apenas, através dos conceitos de Adam Smith de controle econômico, mão invisível, demandas e ofertas, e outros do gênero, a que fomos acostumados por anos a interpretar e fundamentar ideais de movimentos sociais - lembrando que a economia, ainda é uma ciência social - embora em muitos aspectos o humano perde relevância, sendo exatamente esse o ponto a que me refiro, quando voltando a polarização desta nação chamada Brasil, dividida por cidadãos conscientes do seu poder financeiro, que entram em guerra com o outro polo, que, embora em número muito maior, depende financeiramente dos recursos angariados a partir do seu esforço em prestação de serviço e emprego da mão de obra direta ou indireta.
Os recursos estão alocados naquele polo distante, aquele mesmo de cidadãos convictos e conscientes dos seus atos, que não tem interesse em alimentar um fluxo equilibrado.
As mensagens do polo mais rico quanto a necessidade do outro polo arriscar sua vida e dos seus para que o "país não pare" tem sido uma constante, uma análise fria nos traz um panorama doentio, pois enquanto aqueles que possuem alto padrão financeiro se isolam e buscam acompanhamento médico especializado, jogam sem dó, nem piedade a outra parte para o limbo, para o fronte, uma multidão de seres humanos sem rosto, que precisa estar exposta a todos os males, sem direito a cuidar dos seus e de si mesmo, morrendo na porta de hospitais e sendo enterrados em covas cada vez mais rasas.
O tempo urge, e cavar sete palmos de terra pode ser a diferença entre aumentar ou não o lucro da indústria da morte.
São dois polos, um consciente de que precisa disseminar ódio e informações controversas, para confundir cada vez mais o entendimento do outro, que precisa alimentar os seus e pedir ajuda de Deus e da ciência, que é também desacreditada através de notícias cada vez mais absurdas, encabeçada por homens que desconhecem ética e prescrevem a cura sem conhecimento de causa, como se tudo fosse muito mais simples do que a realidade nos mostra. É a tática do confundir para controlar, na prática.
A equação apresenta-se em desequilíbrio, a mão invisível se recolheu e precisa ser bem higienizada para quando entrar em ação não contaminar ainda mais aqueles que estão sujeitos ao contato.
Um dia o risco deixará de existir, o número de baixas terão nomes e muitas vezes, listas de famílias inteiras, e ainda continuará a busca por uma renda em troca do esforço braçal, enquanto no outro polo, riquezas serão ainda mais acumuladas e indenizações não serão capazes de compensar tamanho estrago causado por arrogância, ganância, ignorância e desumanidade.
Lave suas mãos, proteja-se, mas não lave as mãos para as vidas que precisam ser preservadas.
Renata Rimet
Educadora, Licenciada em Letras, Bacharel em Administração de Empresas, Especialista em Gestão de Pessoas.
**Com direito a pitaco de um amigo muito querido, estamos isolados, jamais sozinhos.