O Papel da Igreja
Fluxo religioso nos recursos digitais
Esse tempo de crise nos proporciona vislumbres de novidades bastante excêntricas, como o emergir do aplicativo de divulgação e produção de vídeos Tik Tok que já era usado há um tempo, e, na esfera do assunto em questão aqui, o uso das redes sociais e recursos digitais para uma aproximação religiosa tendo em vista o fechamento das Igrejas e organizações específicas devido a pandemia de COVID-19.
Como em toda crise, a religião está para os homens como os rifles estão para os soldados, são artefatos de segurança, um recurso usado para se proteger daquilo que classificamos como mal. Dessa forma, tem-se a religião como o panteão da seguridade humana, aquilo que ao qual nos voltamos para renovar o estoque de esperança, é, de fato, a fé em pleno exercício. Como citado acima e é muito importante ressaltar, os efeitos da pandemia ocasionaram o fechamento dos templos religiosos para assim evitar ao máximo a disseminação do vírus devido ao forte contingente de aglomeração nesses locais, mas, o que se viu foi uma prova de fé, uma verdadeira vitória da fé. Os recursos modernos disponibilizados pela tecnologia inovadora de aproximação virtual levaram o conceito de culto à religião a outro patamar, efetivando a massa demográfica de fiéis espalhados pelo mundo, ou seja, o que se vê são as reuniões de grupos de oração que casualmente se encontravam com frequência em seus templos, transportados ou para a tela de um computador ou celular com as cerimônias sendo transmitidas em tempo real, seja na Igreja Católica ou nas demais organizações dessa vertente.
A fé segue viva através do tempo, e agora se estende a sobreviver através do contato físico, pois, como assim se prega, a verdadeira Igreja somos nós, somos os donos dos nossos pequenos templos singelos e repletos de desafios internos, e que em uma pandemia tão problemática e que já vitimou várias pessoas, faz com que essas dificuldades internas sejam mais drásticas e de difícil resolução. Tem-se como exemplo os casos de depressão, estima-se um aumento considerável de casos devido ao isolamento, e, além disso, os casos têm aumento nos próprios populares que precisam se arriscar saindo de sua casa para trabalhar em meio a tudo isso, o medo gera ainda mais insegurança e desespero nas pessoas.
A fé aparece nesse ponto como mediadora da situação, exercendo papel fundamental na estruturação de um desenvolvimento psicológico forte e seguro que possa resistir às dores de uma crise e ao medo de perder familiares e amigos. O medo perde lugar onde a fé é exercida, e isso é apenas uma questão lógica.
Certifique-se que aqui não se faz uma defesa patológica de que as pessoas em sua totalidade devem se entregar a religião como suporte para suas dores, aqui, certamente, se propõe fazer um levantamento sobre o lugar da fé em momentos delicados como o que todos estão passando. A fé, representada pelo exercício de uma religião que se é devoto, aparece como recurso íntimo e psicológico para um enfrentamento de dificuldades pessoais, e, tendo vista o número de mortes em decorrência da doença COVID-19, a religião surge como ponto de conforto para essa população.
O Brasil é naturalmente, desde sua formação imperialista portuguesa, idealizado segundo os moldes do Catolicismo, mas não se atribui a essa característica a totalidade, pois, diversas são as congregações e organizações religiosas independentes espalhadas pelo território brasileiro, cada uma com sua própria visão divina e práticas exclusivamente autônomas. Sendo assim, vemos o Brasil com um país em suma religioso, mesmo com suas diversas falhas morais e éticas que encontramos a cada esquina, mas, teoricamente, o Brasil é um país religioso.
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Att, Leonardo F. Silva