NEURÔNIOS EM AQUECIMENTO

Prólogo

Hoje (12/05/2020) o clima não está favorável para uma boa caminhada. O rei Sol não quis cooperar. Portanto, aproveitei o tempo para atualizar meus computadores de mesa e laptops; abrir minhas mensagens, revisar textos outrora escritos, ver noticiosos mais recentes, resolver problemas simples de Matemática do segundo grau – equações, inequações e outros que envolvem construções geométricas elementares. Tudo com o valoroso auxílio dos saudosos Osvaldo Sangiorgi e Ary Quintella.

Alguns leitores darão risadas ao lerem este escrito. Dirão: “Wilson é idoso mesmo. Onde já se viu manter os neurônios aquecidos resolvendo problemas de Matemática do segundo grau e, ademais, com o auxílio de falecidos matemáticos?”. – Não sabem e nem imaginam os diletos leitores o quanto se pode aprender com os ensinamentos dos mais antigos vivos e/ou desencarnados.

EGOÍSMO REDUZIDO

Sou do tempo em que se cultivava uma autêntica amizade cívica. Mamãe Júlia e papai Muniz faziam questão de sabermos os nomes dos nossos vizinhos. Quando mamãe fazia um bolo os vizinhos (da direita e da esquerda) recebiam seus pedaços. A amizade cívica nascia e se nutria dessa empatia que sentíamos pelos que viviam conosco num mesmo bairro, numa mesma rua. Sabíamos o nome e/ou apelido de todos.

Quando uma das casas era alvo de arrombamento sabíamos que o gatuno (aquele que furta; ladrão.) não residia no nosso bairro. Havia respeito, fraternidade, lealdade e, sobretudo uma amizade cívica necessária como responsabilidade cívica. Os perigos e ameaças que surgiam alcançavam a todos e mexiam conosco a ponto de reconhecermos nossos deveres e assumirmos as obrigações a fim de cooperar e resolvermos os problemas.

Sentíamos, dos nossos vizinhos, seus sofrimentos e alegrias, e, assim, sempre estávamos dispostos a fazer o bem para os que nos procuravam. Graças a amizade cívica, nosso egoísmo se reduzia, e o bem comum, simultaneamente, se tornava mais importante diante dos nossos interesses individuais.

SOU EXCEÇÃO E ME ENVOLVO EM BRIGAS ALHEIAS

Hoje em dia isso é raro. A desconfiança aliada ao medo e ao egoísmo isolam as pessoas e faz de todos reféns de suas individualidades. O vizinho está batendo (talvez assassinando) na mulher, diante dos filhos, numa gritaria infernal e ninguém quer se envolver. Eu me envolvo! Sou exceção!

É lamentável a certeza de que: O “um por todos e todos por um” foi substituído pelo “cada um por si” ou “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher" ou "quem doa o pouco que tem fica sem vintém”.

Ora, nos casos de agressões físicas ou verbais, entre marido e mulher, filhos e outros um crime poderá estar em andamento. Por isso faço questão de me envolver com a certeza de não estar sendo invasivo. Os números 190 ou 197 são ótimos, quando funcionam, para isso. É uma oportunidade para ser solidário e exercer minha responsabilidade cívica.

UMA PERGUNTA CURIOSA

Já faz algum tempo que recebi uma mensagem, via e-mail, com uma pergunta curiosa. Entre palavras elogiosas havia uma frase com a pergunta que me transmitiu alegria. Finalmente alguém perguntava o porquê de eu escrever tanto e quase sempre ensinando e transmitindo experiência. “Você escreve bem e de forma mais ou menos correta, mas o que você ganha com isso?”.

MINHA RESPOSTA

Eu escrevo para todos, mas, principalmente, para mim. É dessa forma, entre outras práticas ocupacionais que mantenho meus neurônios aquecidos! No meu perfil, publicado no Recanto das Letras, eu escrevi, entre outras palavras de somenos importância:

“Sou um homem que cultua, estribado nas virtudes teologais, imoderadamente, a família, a saúde, a cultura e a paz.”. Pronto! Não vislumbrei melhor explicação para a pergunta curiosa. Todavia, hoje poderia complementar essa resposta escrevendo:

“Sou inofensivo, pacífico, ordeiro e sempre exerci os deveres de cidadania. A justiça coage-nos a respeitar os direitos naturais de nossos semelhantes. Somos obrigados a respeitar-lhes: O direito a vida, a liberdade, a verdade, a boa reputação, a propriedade e a dignidade, mas isso tudo aprendi na minha sofrida infância, com exagerada severidade, pelos ensinamentos proficientes dos meus pais.”.

O ISOLAMENTO SOCIAL

o isolamento social, tal como o que tem como causa a discriminação, tem apenas consequências negativas. No entanto, na conjuntura atual, em decorrência da pandemia provocada pelo novo Coronavírus, o isolamento social é uma das soluções mais eficazes para evitar seu contágio e proliferação.

Não sofro com o isolamento social determinado pelas autoridades. Mantenho os neurônios aquecidos! Com este necessário isolamento estou vivenciando um novo ciclo. Aliás, sobre isso já escrevi e publique no Recanto das Letras sob o tema “UM NOVO CICLO”:

Estou motivado e imbuído do ideal de mudanças. Esta é a palavra certa para dar nome a um novo ciclo: Mudanças! Para isso é necessário abrir as janelas no início do dia, contemplar o Sol brilhando ou a chuva caindo e me adaptar ao momento.

Sou resiliente, isto é, sou capaz de aceitar o que não posso mudar. Tenho capacidade de adaptação, flexibilidade e habilidade de me manter estruturado perante situações adversas e estressantes.

AINDA SOBRE ISOLAMENTO SOCIAL

O isolamento social pode resultar em diversas perturbações de ordem psíquica, aumentando a dificuldade para manter um trabalho, um relacionamento afetivo ou mesmo sair para fazer compras.

As pessoas que têm necessidade de se isolar para evitar a transmissão de doenças estão igualmente sujeitas aos riscos de isolamento tais como: Solidão, individualismo, estresse, tristeza, ansiedade, depressão e outros malefícios.

Neste caso, convém buscar opções que permitam ultrapassar esse período de não convivência social interagindo com as pessoas, por exemplo, virtualmente. Embora o contato social não seja possível, é uma forma de reduzir o impacto resultante dessa condição indesejada.

CONCLUSÃO

Enfim, fazendo exercícios físicos leves, ouvindo músicas, estudando matérias jurídicas, escrevendo e revisando textos outrora escritos; lendo, vendo filmes – sem legendas e com áudios em inglês ou espanhol – (Gêneros: documentários, ação, aventuras, policiais, guerras) e noticiosos nacionais e internacionais mais recentes. Mantenho-me proficiente!

Ah! também faço terapia ocupacional resolvendo problemas simples de Matemática, Física e Química do segundo grau, e outros que envolvem construções geométricas elementares. É assim que mantenho os meus NEURÔNIOS AQUECIDOS para dividir com os meus notáveis leitores o pouco da experiência adquirida.

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NOTAS REFERENCIADAS

– Textos livres para consulta da Imprensa Brasileira e “web”;

– Assertivas do autor que devem ser consideradas circunstanciais e imparciais.