Vão revogar a Lei da Gravidade também?
A Opep conseguiu firmar um acordo para a redução na produção de petróleo visando sustentar o preço, já que, a Pandemia devido ao novo coronavírus reduziu drasticamente o consumo, criando o excesso de oferta e consequente desvalorização nos preços pagos pelo consumidor final; nós!
E a sobrenatural Lei da Oferta e Demanda que se quer tão moral quanto as tábuas de Moisés, ditando normas e regulando a vida, vai para a cucuia? Simples assim?
Aceitamos mansamente os desmandos dos manda-chuvas, afinal, entendemos que a Pandemia colocou globalmente as coisas de pernas para o ar...
Mas, pensando bem, houve algum período na história em que o mundo não estivesse sob condições "atípicas" como, guerras, catástrofes naturais, pestes, genocídios ou ações terroristas?
Sabemos a resposta, portanto, se vivemos continuamente sob tais condições, significa que sempre houve a necessidade de intervir na sacrossanta lei da oferta e procura?
E ainda, para evitar uma crise econômica, Meirelles está certo em propor a impressão de mais moeda, sem lastro, já que, à frente e a depender do caso, sempre será possível dar uma ajeitada para contornar qualquer dissabor?
Com o ingênuo coração destroçado por essa verdade decepcionante, o quê mais se poderá supor senão que, todos os nossos sonhos capitalistas, se houver, têm por pilar uma fraude?
E a meritocracia? Provavelmente, mais uma ilusão para manter as massas ocupadas, lutando para vencer num jogo de cartas marcadas.
Há "vencedores", porém os mocinhos, heróis dessa saga, são aqueles dispostos a se adequar às regras que, acima de tudo, mantenham a roleta viciada girando, custe o que custar.
Quem mantém o Poder pode mudar as regras a bel-prazer, desde que seja em benefício da cúpula, seja nas instituições privadas ou no governo.
O jogo é contínuo e o mandatário, de qualquer lado do espectro político.
O governo atual, à base de roleta-russa na qual os azarados sempre morrem, acha desnecessário fazer Quarentena, afinal, vai morrer gente de um ou de outro modo mesmo. Deixa vermelho até o militar mais conservador. Vergonha alheia e mundial!
Mas, fosse o oposto de Bolsonaro a solução, o Brasil deveria ter se tornado um paraíso, afinal, por mais de uma década o petismo teve o leme para conduzir o país...
Sempre aceitamos as regras impostas pelo país, quer venham da esquerda, quer da direita, assim como o país aceita a imposição de quem mantém o Poder Global.
Sempre soubemos que mantemos a pão-de-ló nossas Casas "democráticas". Ofertamos o básico em abundância e o supérfluo também, afinal, nosso Supremo nos ensinou que só funciona se seu cardápio gourmet, de muito bom gosto, for mantido tal como o exigido em edital. Deixou-nos bem claro que seu Espumante tem que ter envelhecido doze meses e ser premiado com um mínimo de quatro estrelas. Para acompanhar o ouro líquido, há que ter lagostas, camarões, codornas, vitelas, cordeiros, queijos finos, presunto de Parma, etc. Claro! Nós entendemos perfeitamente!
E ainda tem o Senado Federal, a Câmara dos Deputados, e as Forças Armadas, um item de maior grandeza para garantir toda essa boa vida... Cada qual com seus penduricalhos, tipo, ter filhas solteiras maiores, dependendo vitaliciamente do Estado, etc.
Para manter essas despesas essenciais, principalmente nessa pandemia, o jeito seria cortar os salários do povo e claro, já foi proposto!
Hoje, à falta de pão, mandam-nos comer brioches! A nós, letrados, intelectuais ou semialfabetizados, mas altamente politizados, e fica tudo bem!
Há séculos, uma plebe rude depôs uma monarquia nababesca, mas era um povo bárbaro que não conseguia entender porque a base da pirâmide que vive às mínguas, tem que sustentar todo o peso de cima que sempre vai de bem a melhor, aconteça o que acontecer. Nós, diferentemente, somos "civilizados"!
Apenas Maia parece mostrar alguma apreensão, temendo, talvez, que caia a última gota e o ódio aos manteúdos transborde... Seria impressão?
Enfim, por esse prisma, investidores mais agressivos aguardam ansiosamente a revogação da Lei da Gravidade, sonhando com novos negócios a lucros exorbitantes.
Do outro lado, maioria infelizmente, muitos perecerão na roleta-russa do porvir, como tantos pereceram no passado.
Não é o lucro que lubrifica a máquina, mas a perda; suor e o sangue dos que continuam perecendo pelo caminho.
Peixes graúdos debatem que água é um alimento como qualquer outro e por isso deve ter um valor de mercado... A justificativa é que, sendo cobrado regiamente, seu uso seria mais "sustentável", portanto, sobraria mais para quem tem poucos recursos aquíferos. Sei... As grandes corporações já ouvem o tilintar das moedas entrando sem cessar.
De qualquer forma, assim como manipulam o Mercado em relação ao fornecimento de petróleo, sabem que podem fazer isso com a água também.
A diferença é que, sem petróleo a pobreza mata mais lentamente e sem água o indivíduo sobreviverá, se for sortudo, uns cinco dias. Mera constatação que não tem o poder de parar o tambor da roleta-russa. Afinal, como diz Bolsonaro, todos nós morreremos um dia.