DESENCONTROS QUE PROCURAMAOS FINDAR
Viver as vezes se torna difícil, e pode acontecer de diversas formas.
As pessoas vão praticando diversos atos, acumulando coisas boas e ruins e terá uma hora que administrar estas coisas.
Ter coisas materiais exige dedicação com os cuidados que podem demandar tempo e custos materiais para a manutenção das mesmas.
Muitas vezes as pessoas não acumularam estas coisas que pode ter vindo de herança e a pessoa não pode escolher o que quer da herança, ou recebe tudo, ou não recebe nada, e nesta dúvida as vezes resolve receber tudo e quando se descobre que recebeu bens materiais de difícil administração, solução que poderá demandar anos, décadas, uma vida toda para conseguir sair, deixar de ter esta coisa recebida na herança.
Pode existir o desejo de desaparecer com o objeto herdado ou que se possui, mas para se desfazer há necessidade de cumprir burocracias, e estas burocracias, quando depende só da pessoa é fácil, mas quando depende também de outros herdeiros se complica, pois nem sempre outros herdeiros estão acessível a um acordo direito, as vezes por magoas, as vezes pode dificuldade de entendimento, as vezes por vingança, as vezes só para fazer “picuinhas”, daqueles que dependemos para pôr fim a uma coisa material que possuímos, dependemos de outros, as vezes da justiça e esta em alguns casos praticam atos de meia dezenas de ano para cada ato e as vezes para por fim a demanda depende de diversos atos as vezes de dezenas de atos e ai, para por fim a um problema ou coisa material, ou propriedade pode levar meio século, uma vida inteira.
Depois de aceitar a herança com certeza aceitou tudo e esta coisa complicada que veio junto aliando as desavenças familiares, pessoas que depende para por fim pode se tornar uma maratona de uma vida.
Vejo pessoas que depois de ter aceitado a herança daria tudo para poder voltar atrás só para não ter que administrar o problema que a mesma gerou, afinal não precisa nem da parte positiva, nem da parte negativa da mesma.
O difícil então quando por algum motivo a coisa material depende de medidas judiciais e de interpretação legal, e advogados por mais experientes que for, ainda terá dificuldade em encontrar uma solução que ponha fim na demanda, discussão, pois depende da morosidade judicial e depende muitas vezes também da compreensão do outro lado da demanda para por fim. Muitas vezes uma petição aqui, outra ali, de um lado e de outro e o juiz no meio levando cinco anos para despachar cada uma e a demanda não termina nunca e quando mais se peticiona, maior será o castigo e a demora.
É certo que as pessoas tem que continuar vivendo, pois estes fatos não são a vida das pessoas, a vida tem muitas facetas própria e continua, mas carregar esta “mala” que se herdou e que gostaria de abrir mão, deixar pra lá, mesmo fazendo um mal acordo seria a vontade, deixar para traz, esquecer este “mala” que acompanha, mas é quase impossível em muitas vezes.
Um exemplo foi uma decisão do STF de 2018, onde decide uma demanda iniciada em 1889, quando da deposição da família Imperial brasileira, por golpe da Republica, e onde as mesmas foram a Justiça reclamando o Palácio imperial do Rio de Janeiro como Propriedade particular, e levou 129 (cento e vinte e nove anos) para ter a resposta final da JUSTIÇA.
O problema não estará só na vontade de por fim na coisa material herdada, pode ser uma empresa que depende de burocracia, depende de anuência dos demais herdeiros para por fim, herdeiros estes que não estão a fim de assinar, concordar. Estão sim a fim de questionar a administração dada no passado, e estes questionamentos vão parar na justiça morosa e décadas para curtir a espera de uma solução. Poderia tentar a anuência judicial para por fim a empresa, mas até isto pode demandar décadas, mas o pior de tudo é que existe custo pessoal, psicológico e material, e este é um recurso que pode não estar disponível para se fazer, e então a coisa todo fica emperrada, quando na verdade se quer por fim e a coisa não se esvai, não termina.
Como burocrata tenho vistos alguns casos que eternizam na justiça e na vida de algumas pessoas, e com contenção de recursos fica cada vez mais difícil de ver o fim destas coisas materiais herdadas, destas empresas, que continuarão aberta dependendo de contador e gastos de recursos mensais, anuais, recursos que a empresa não tem, e quiçá terá.
Tem um lema que diz, um mal acordo é melhor que uma boa demanda, pensem rápido nisso, invista até o ultimo vintém para entender isto e por fim a alguma coisa material que não interessa, faça o que o adversário da demanda pedir, arrume um jeito, mesmo a custo insuportável de se livrar da coisa material indesejável e que não dará nenhum lucro material, psicológico e ainda demorará uma vida.
Muitos administram bem a vida pessoal e estas “malas” que temos necessidade de carregar junto com a vida, mas muitos sofrem e sofreram enquanto esta “mala” não puder ser largada para traz, ser desfeita, ser entregue e sair de nossas mãos.
É difícil as vezes aceitar proposta indecorosa de acordo com pessoas que querem levar vantagem, por “picuinhas”, mas antes de recusar a má proposta pense no custo de administrar uma demanda por décadas, custo material, pessoal, psicológico, e pense o que ganhará em ficar com esta demanda por década. Pense por tanto em uma forma de por fim a coisa indesejada.
Sempre como burocrata fui “concordeiro”, sempre busquei a todo custo uma solução de acordo, mesmo assim tenho algumas “pelengas” pendurados na justiça, que espero tenham fim, “pelejas” pessoais duma ação trabalhista contra o “DNER” de 1985, com credito a receber por exemplo, e de terceiros como usucapião de duas décadas que não chegam a decisão em Mairiporã e em caragua. Vejo particularmente alguns amigos, conhecidos com suas “pelejas” eternas querendo por fim, mas impossível de isto acontecer no tempo que gostariam e uma vez dentro do problema impossível de sair.
Portanto pensem muito antes de entrar em uma demanda, antes de adquirir uma “peleja” apara administrar.
Muitas aquisições são desejáveis, contudo com as mesmas vem os ônus que a acompanham. Como adquirir bens com problemas ambientais e ter que demandar com o MP por décadas. Entendo que o MP é como uma instituição religiosa que se ocupa em doutrinar através de demandas ambientais eternas, não procuram acordar, por fim a demandar, não fazem acordo para prosperar a demanda eterna, para manter “o cabide de emprego” ativo. Voce adquiri o problema quer por fim, mas o MP não faz acordo, ou oferece condições de acordo insuportável. O MP pensa em punição desproporcional para o problema e tudo se eterniza. 05.03.2019.