Introdução a reflexões sobre alguns impactos do Coronavírus

“Coronavírus” ou simplesmente “Covid 19” são os nomes pelos quais o mundo conheceu o vírus e a doença por ele provocada, que surgiram na China, em Wuhan, no final de 2019. Do Coronavírus, ficaram conhecidas, não só dos profissionais da área da saúde, como também da população em geral, as suas características. Todos tiveram, em ampla escala, informações sobre a sua estrutura, sobre a velocidade com que se propaga, sobre como e com que grau de agressividade ataca o organismo humano, sobre que condições de organismo suas ações são mais eficazes, sobre quais métodos têm sido considerados mais eficientes no combate à sua disseminação (já que até aqui a ciência não descobriu um medicamento efetivo contra ele), enfim, tem sido dito bastante acerca do vírus a todos que quiseram e/ou querem saber.

A despeito de todas as informações que se tem sobre esse ser microscópico, ele tem se mantido forte o bastante para paralisar o planeta por mais tempo do que os homens imaginariam. Com essa força, diante da qual se prostrariam reverentes os furacões mais enfurecidos ou os terremotos mais devastadores, o Corona segue seu curso imponente e insensível a qualquer dor ou expectação dos homens, declarando, alto e bom som, não estar submetido a qualquer ordem humana, mesmo que esta parta do mais ilustre dos homens. Assim, o vírus avança sobre os seres humanos galopando sobre o vento, disposto a não parar senão somente quando ouvir a voz de comando do único que domina sobre ele, Deus.

O Corona, com suas garras, tem rasgado a terra como se rasga trapos de panos, tem, com seus dentes, estraçalhado as carnes dos homens sem se importar com suas súplicas por misericórdia, tem, com sua sombra, cuja densidade é indizível, assombrado os povos, e ainda, desmantelado todas as estratégias construídas pelos mais sofisticados serviços de inteligências dos homens mais poderosos do mundo.

Pela força descomunal da Covid 19, inúmeras fontes têm sido abertas, de onde têm fluído caudalosos rios de lágrimas, cujas correntes impetuosas têm inundado toda a terra. Os rastros desse monstro impossível de ser visto a olho nu e incapaz de erguer o menor dos grãos, paradoxalmente, podem ser vistos na forma de profundos sulcos em todos os chãos humanos.

Nós, com a cautela devida a quem se encontra diante de um desconhecido, feroz e implacável inimigo, continuamos lutando, fazendo o que podemos, nos defendendo e a atacando a um só tempo e do modo que, de momento em momento, se nos mostra mais adequado.

Além disso, o Corona, como quem revira uma pilha de quinquilharias e faz serem vistos todo tipo de objetos, alguns que nos inspiram alguma saudade, outros que nos surpreendem por não sabermos que estivessem ali, e também alguns que deliberadamente conservamos, mas que não gostaríamos que fossem vistos por nos causar vergonha, assim ele revirou as relações humanas, seus acordos, suas instituições, fazendo inúmeras revelações, por meio da exposição de uma infinidade de elementos que foram completamente expostos. Ele desnudou muitos dos segredos mais sagrados dos homens.

Sendo assim, para aqueles que não acreditam no acaso, parece válido atentar para essa espécie de mosaico multi temático pintado diante de nós e compartilharmos os “nossos achados”, mostrarmos a quem for possível o que estivermos enxergando, quem sabe, como resultado não nos acenda uma luz mostrando-nos maneiras menos arriscadas de trilharmos nosso caminho, propondo-nos alternativas de organizações sociais menos destrutivas, inspirando-nos espíritos mais apreciadores e solidários que exploradores de nós mesmos e de tudo a nossa volta (Confesso, isso não é um acesso de ingenuidade, aproxima-se mais do usufruto do meu direito de utopia.), e, desse modo, nos encaminhar para níveis de reinvenção que nos permita, não apenas sonhar, mas, de verdade, experimentar formas de viver em que haja mais humanidade, em que seja constatada sem dificuldades a equidade, em que todos sejam, de fato, considerados importantes.

Diante do está exposto, discorrerei acerca de algumas situações que pude observar virem à tona consequências dos impactos da Covid, as quais entendo serem dignas de considerações, dado o grau de enraizamento em nós, ou quando pouco, o grau de afetação produzida em nosso mover cotidiano.

Proponho, em uma sequência de crônicas e artigos que postarei posteriormente, compartilhar algumas observações realizadas em relação a comportamentos de líderes evangélicos; de fiéis evangélicos; entre familiares; entre vizinhos; em relação a ações corriqueiras cotidianas, entre outras.