Coletividade
Vivemos coletivamente.
Somos mesmo um ser gregário. Desde o nascimento, precisamos muito do outro para viver.
Nosso primeiro suporte é a família, depois aparece a escola e, em seguida, novos encontros surgem no mundo do trabalho, em nossas práticas religiosas e nos espaços de lazer.
Viver é conviver. Não parece haver possibilidade de se viver sem a convivência. Não há vida independente, absoluta. Somente os deuses são capazes dessa proeza.
Atenção! Vivemos coletivamente, mas há uma individualidade em cada um de nós.
Essa individualidade é que faz cada pessoa ser diferente um do outro, diferença para além de meras questões físicas. Diferença de humor, de desejo, de ânimo, aquela disposição de se manifestar a própria vontade.
É nessa individualidade que moram as possibilidades das convergências e divergências. É na individualidade que se fixam grandiosidades e insignificâncias.
Muitos de nós somos mais prudentes e outros são mais arrojados. É dessa estrutura individual que se forma o filtro de nosso jeito de ser, de ver e conceber. É nesse sentido que o filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860) sentenciou:
“O mundo é a minha representação”.
Estamos ante a estética do gosto. As cores, os encantos e os desencantos do mundo estão modulados em grau maior ou menor pelo modo como minha individualidade consegue fazer a leitura desse mundo.
Cautela! O ponto de vista presente na individualidade tem seu valor muito relativo, pois há uma coletividade que deve ser considerada, porquanto ela espelha a vontade geral, que é uma manifestação concomitante e recíproca de diferentes olhares.
A sabedoria individual está na síntese das ideias que acolhem a vontade geral. Esse é o fundamento da tese de Schopenhauer.