A BOA COLHEITA NA RECLUSÃO SOCIAL
Prólogo
Assim como o fervor dos flamenguistas que desejam que todos os brasileiros sejam torcedores fanáticos por seu valoroso time, o excelente Flamengo, a gralha gostaria que tudo fosse preto; a coruja, que tudo fosse branco.
É essa exuberância de gostos capaz de propiciar, pelo livre-arbítrio, a diversidade dos destinos com sabores e dissabores. Ora, se o leão fosse aconselhado pela raposa e acatasse a esperteza dela, seria além de forte muito ardiloso.
A RECLUSÃO INDESEJADA.
Durante está minha indesejada reclusão social, em obediência leal aos que podem sugerir e até determinar, por responsável aceitação fraterna, estou colhendo bons frutos. Estou lendo, ouvindo boas músicas, vendo filmes e seriados; escrevendo, revisando textos, estudando e aprendendo para evoluir e superar minhas inúmeras limitações.
Tudo passará! E tenho certeza que depois que passar toda esta pandemia, tal qual tempestade danosa e destrutiva, a calmaria voltará. Quando isso ocorrer, nos rostos dos reclusos em domicílios, iguais a mim, resplandecerá a esperança em forma de sorrisos edificantes e fraternos abraços.
RECLUSÃO INDESEJADA, MAS FELIZ.
Não é difícil ser feliz durante um isolamento ou reclusão social, sugerida ou determinada, por quem detém esse poder e/ou autoridade. Minha real dificuldade é convencer D. Maria a permanecer reclusa, em casa, para evitar uma possível contaminação viral.
Ela deseja e quer correr e saltitar na avenida Juscelino Kubitschek, sito no bairro do Cruzeiro, Campina Grande, PB, como uma cabrita ou adolescente menina levada e inconsequente.
Eu falo quase sussurrando: "Vamos caminhar em nosso terraço ou em volta da mesa. Cantarei para você o Hino Nacional Brasileiro e você cantará para mim o Hino à Bandeira." — Recalcitrante, ela diz, penteando os cabelos com os dedos longos e finos como fazia no ano de 1967, aos treze anos de idade:
— Ora, enquanto eu tiver você na minha vida, me protegendo, sei que nada me faltará e não haverá dificuldade impossível de superar! — Com um respeitoso sorriso tímido, mas inspirador de confiança, respondo zeloso com a crença e pretensão de ser convincente:
— Só não lhe amarro na cama para lhe proteger e aos outros poucos idosos caminhantes, tão teimosos o quanto você, para não despertar, em nós, os instintos mais primitivos de outrora.". — Depois das minhas palavras rimos e nos abraçamos fraternos.
Eu sei e muitos sabem que a eternidade anda apaixonada pelas produções do tempo. Já a abelha atarefada não tem tempo para tristezas. Assim tem sido nossa atual e indesejada reclusão ou isolamento social e domiciliar.
Mantemo-nos ocupados! Divertimo-nos, D. Maria e eu como gostamos e podemos. Escrevo isso porque:
Amor não é filosofia.
É vida conjugada,
experiência dividida,
reclusão de mãos dadas,
aceitação sem submissão,
envelhecer juntos com prazeres multiplicados.
CONCLUSÃO
É claro... Quem tem a sagacidade de uma raposa não se condena, mas respeita os males invisíveis e as armadilhas inevitáveis.
Olavo Luiz Pimentel de Carvalho é um ensaísta brasileiro, sendo considerado também um influenciador digital e ideólogo e tendo atuado no passado como jornalista e astrólogo. Ele se autoproclama filósofo e disse em um vídeo recém-publicado:
“a “suposta” pandemia de coronavírus não tem nenhuma morte confirmada.” (SIC) — Provavelmente esse vídeo já foi deletado. A declaração foi publicada nas redes sociais. — (Nota do Autor).
Eu entendo e até me divirto com esse tipo de declaração. Ouso escrever que ilações, em tempo de ebulição político-social, quase sempre estão eivadas de propósitos escusos. Todo leviano deveria saber: Uma suposta verdade nunca pode ser dita de modo a ser compreendida e aceita sem ser contestada e acreditada.
Enfim, enquanto as autoridades políticas, sanitárias e mídia se digladiam...
Nenhuma meia-verdade impedirá de o sol brilhar sobre os justos e injustos, assim como nada, absolutamente nada, poderá me transformar em um irresponsável e me impedir de fortalecer o elo fraterno durante essa indesejada, mas necessária reclusão social domiciliar.
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NOTAS REFERENCIADAS
– Textos livres para consulta, da Imprensa Brasileira;
– Assertivas do autor que devem ser consideradas circunstanciais e imparciais.