INTELECTUAL DESIDIOSO OU ERROS PROPOSITAIS?

Prólogo

A notícia está na "web" e fala sobre um terrível e inacreditável, quiçá inaceitável, mormente pelos filólogos e gramáticos, o deslize gramatical de Fernando Henrique Cardoso, também conhecido como FHC.

O respeitabilíssimo sociólogo, cientista político, professor universitário, escritor e político brasileiro foi o 34.º presidente da República Federativa do Brasil entre 1995 e 2003. Este cidadão está sendo alvo de zombaria por um crasso deslize gramatical em seu “Twitter”.

INTELECTUAIS PODEM ERRAR?

Sim. Intelectuais e todos os seres humanos de todas as classes sociais poderão errar. Claro que um lapso gramatical cometido por uma pessoa pública e aceita como sendo um intelectual é bem diferente, pois é visto com os olhos da crítica dura e, até debochada.

Não é esse o meu caso. Não tenho o direito de macular ou zombar dos escritos de quaisquer pessoas. É claro que eu também tenho, igual a todos os meus semelhantes, inúmeras dúvidas. Entretanto, salvo outro juízo, quaisquer deslizes gramaticais, dentro de um contexto, são perdoáveis quando cometidos por pessoas comuns.

Existem diferenças abissais entre mim e o FHC. Eu, escritor incipiente (principiante), autodidata por opção e eterno aprendiz, certamente seria (serei) perdoado ao cometer um erro gramatical em um escrito ou um devaneio qualquer.

Já os calejados intelectuais, autores de excelentes e festejado tratados... Esses serão sempre massacrados até por culpa dos seus cupinchas e/ou prepostos. Não tenho certeza, mas creio que o ex-presidente FHC, provavelmente, está muito incomodando com a repercussão do deslize gramatical em seu "Twitter".

OS CRASSOS ERROS DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO FHC.

No "Twitter" FHC escreveu a sandice abaixo:

"O que o povo espera do Pr, seus ministros e seus opositores. Basta o coronavírus, chega de inventar inimigos ou de jogar culpa só no Congresso. Menos palavra vasias, mais ação e serenidade." — (SIC).

Confesso não haver compreendido o "palavra vasias" - (SIC) embora haja entendido a pretensão da mensagem contextual.

EM DEFESA DO CONSPÍCUO SOCIÓLOGO.

Seriam erros propositais com o objetivo de chamar a atenção dos seus seguidores no "Twitter"? Duvido! Mas, talvez haja ocorrido uma digitação mal feita, às pressas, por um assessor negligente... Quem sabe?

O fato é: Não fui eu o culpado pela publicação hilária e esconsa! Houve dois erros crassos nas duas palavras. Um de concordância e outro de grafia. O certo seria haver escrito: 'palavras vazias'.

Os juristas (não sou exceção) NÃO aceitam esse "escorregão" gramatical como sendo apenas um "erro material". Exemplo: Se numa ação processual o nome do depoente for Luís com "s", mas a (o) escrevente digitar "Luiz" com "z" isso SIM será considerado "erro material". Foi assim que me ensinaram na OAB/RJ quando fiz o Estágio Profissionalizante com duração de dois longos anos.

MINHAS SINCERAS DESCULPAS.

Com a escrita deste texto não quero debochar de uma autoridade do naipe do notável ex-presidente da República Federativa do Brasil entre 1995 e 2003 — Senhor Fernando Henrique Cardoso. Não tenho esse perfil.

Ademais, essa eclética autoridade é um respeitável e renomado estudioso do nosso idioma pátrio. Dai minhas sinceras desculpas pela escrita do atual texto.

ERRA QUEM PODE, MAS APRENDE QUEM FOR CAPAZ.

Isso mesmo, aprende com os erros alheios quem for capaz. Todavia, sabemos perfeitamente: Os deslizes ocorrem, quase sempre, quando pseudo-intelectuais, déspotas esclarecidos ou não, e boçais escancaram as suas limitações dissimuladas, mas aceitas pelos comuns e/ou puxa-sacos de pensamentos e atos iguais.

Quero acreditar, embora não esteja tão certo... O deslize de FHC foi cometido pela afobação dele, talvez de um assessor, potencializado pelo açodado empenho de aproveitamento político ocasional.

Enfim, as boas gramáticas, os bons artigos publicados nas mídias e até as novelas, peças de teatro, filmes etc. estão sempre nos ensinando — pelos exemplos certos ou errados — e nos despertando para novas e velhas questões.

CONCLUSÃO

Afinal, por menos vaidoso que seja, ninguém se sente confortável sendo motivo de zombaria em todo o país e até no exterior, em todos os "blogs", mídias (escritas, faladas e televisivas), bares e esquinas; tal qual o calçadão da nossa velha e hospitaleira Rua Cardoso Vieira, sito na área central de Campina Grande, PB.

Aprecio sobremaneira a criatividade. Esta caminha lado a lado com o erro ou desacerto, por isso o fato de errar não deve ser tão frustrante ou desanimador, pois com o erro se aprende e errando conquistamos sabedoria capaz de tornar um autodidata, uma pessoa simples, um medíocre de meia-tigela, em um vencedor ou criativo brilhante escritor.

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NOTAS REFERENCIADAS

– Textos livres para consulta, da Imprensa Brasileira;

– Assertivas do autor que devem ser consideradas circunstanciais e imparciais.