O ZELO DE MÃE

Prólogo

Quero dedicar este texto a todas as mães que criaram e/ou criam seus filhos ou filhas sozinhas. Essa tarefa é sofrida e dura, não fácil, ainda mais quando não se tem com quem dividi-la a não ser a distância com o pai ou mãe (avós maternos).

A DÁDIVA DE SER MÃE

Quem tem a dádiva de ter um filho ou filha, às vezes, mais de um (a) e esperar a magia do nascimento depois dos nove meses, sabe o que é ter uma preocupação e responsabilidade durante sua vida.

É complicado, sofrido e doloroso criar filhos (as) sozinha, com pouco ou nenhum dinheiro, sem a assistência do desidioso e inconsequente pai biológico ou não da (s) criança (s) e quase sempre sendo explorada por “amigas” e/ou babás inescrupulosas.

A INTIMORATA AGUERRIDA

Os fracassos e vitórias nas tentativas de progresso profissional e socioeconômico irão lhe testar de forma cada vez mais intensa e sofrida durante muitos longos e tenebrosos anos.

Talvez, quando esses filhos ou filhas já forem adultos, essa mãe agora possivelmente avó, possa se dar conta do quanto foi forte, intimorata e aguerrida.

Eu tenho uma certeza: O que ela quis de excelente para os filhos (as), fez ou se esforçou o quanto lhe foi possível para conseguir fazer não terá sido em vão.

Sou filho de uma guerreira (mamãe Júlia) que já não se encontra neste plano. Hoje eu compreendo perfeitamente e por isso tenho a maior admiração e respeito por minha especialíssima filha, mãe e cariciosa pessoa.

A DESTEMIDA LEOA

Claro que, às vezes, em defesa de sua prole ou própria integridade física e moral, ela se excede nas emoções, mas quem nunca se excedeu e se desequilibrou, emocionalmente, que lhe "atire a primeira pedra".

Em verdade estendo meu respeito e admiração a todas as mães, de forma incondicional, porque mães são seres especiais, merecedoras de todo o apoio, carinho e zelo!

A PRECE DE UMA MÃE ZELOSA

É por causa disso que o principal elemento do caráter e personalidade dessas criaturas iluminadas e tão maravilhosas é o zelo, às vezes, incompreendido por pessoas insensíveis, desrespeitosas e ingratas. Mas a mãe zelosa não desiste de suas crias! Ela sofre, se anula, com a determinação que lhe caracteriza, e não se cansa de rogar em suas preces:

"Que Deus abençoe meu (s) filho (s) e me perdoe por não poder proporcionar, sozinha, o melhor que eles, na graça de suas inocências, merecem. Que o pai seja iluminado em seus atos e possa enxergar e compreender suas responsabilidades paternas".

O SEGREDO DA FELICIDADE

Creio... O verdadeiro segredo da felicidade, aurora de paz e de luz, não é ter tudo que se deseja, mas amar, conservar e valorizar o pouco que conseguirmos tendo sido conquistado com a dignidade alicerçada na honestidade e mérito.

O ideal era que as centenas de milhões de mães que criam seus filhos ou filhas sozinhas ouvissem de seus maridos, companheiros ou amantes todos os dias:

“Não há palavras, em quaisquer idiomas, capaz de expressar o amor, o respeito e a admiração que sinto por você. Nada substituirá os instantes, os segundos das incontáveis horas, dos anos sofridos, mas prazerosos porque estávamos sincronizados com os melhores propósitos para educarmos nossos filhos.".

"Nenhum momento será suficiente para substituir a eternidade que desejo passar ao seu lado na continuidade dessa união fraterna, leal e exemplar para os frutos do nosso amor.”.

CONCLUSÃO

Enfim, que o amor entre os conviventes e seus filhos (filhas) não dependa do tempo, do nível sociocultural, do sentimento religioso, nem dos usos e costumes, nem da sorte, nem do dinheiro. Que esse sublime amor possa vir com toda a simplicidade, de dentro para fora, e que um possa dizer para o outro:

“Eu não preciso de milhões de motivos para sorrir, você me basta e me completa; você me satisfaz! Isso já é o suficiente.”.

Concluo meu escrito escrevendo sem o receio de estar defendendo — não tenho procuração para isso — uma mulher qualquer. Dizem alguns homens relapsos e ogros que toda mulher precisa saber lavar, passar, cozinhar e ser boa de cama; mas se esquecem que alguns homens precisam aprender a amar, respeitar e valorizar sua leal e fiel companheira de lutas, vitórias e, às vezes, sofridas e NÃO MERECIDAS derrotas.

Creio ser pertinente e oportuno avisar: É tempo de nós homens (nem todos têm interesse ou são capazes) aprendermos a dar valor ao que ou a quem realmente merece ser valorizado (a). Quem isso negligenciar será digno de ser lançado na fogueira do esquecimento e abandono de sua própria desgraça socioeconômica e afetiva.