A TEMPESTADE E A FORTALEZA

Prólogo

Hoje eu quis escrever algo diferente. Para alguns leitores se trata de um enigma, mas para outros, felizmente a maioria, trata-se de um texto oportuno, escrito com sentimento autêntico; por isso bom e esclarecedor.

As duas palavras do tema: TEMPESTADE e FORTALEZA estão sempre se digladiando porque existem, isto é, são inerentes a todos os seres humanos. Ora somos como uma tempestade destrutiva e noutra ocasião somos tal qual a bonança favorável à navegação para o progresso socioafetivo e fortaleza regeneradora dos princípios, usos e costumes outrora negligenciados.

A TEMPESTADE

Um ser desumano, insano, às vezes, é ressentido, cruel e vingativo; rancoroso; intolerante, ambicioso, ingrato, irascível; também em demasia acomodado. E tal qual onda gigante no oceano revolto, fogo no palheiro seco, areia quente no deserto sem-fim, esse inumano diz nada temer senão a si mesmo pois se considera destemido e determinado.

Noutras ocasiões poderão alguns seres humanos ser vaidosos, orgulhosos ou se deixarem contaminar pela autocomiseração ou vitimização destrutiva e doentia. Comportam-se alguns como uma tempestade, às vezes, violento igual a um vento passageiro que surge do nada para destruir tudo pela frente e segue lesto embora deixando um rastro de destruição, prejuízo, insegurança e medo.

Mas para convivermos bem e socialmente confortáveis é necessário conservar o equilíbrio quando um ente familiar, amigo (a), alguém (superior ou subordinado) em nossa proximidade se apresenta perturbado. Convém ser sossegado, tranquilo para melhor desempenhar atos de cidadania, alcançar a ventura, a confiança e felicidade.

É conveniente enxergarmos a necessidade, sermos atenciosos e compreensivos, excedermos na tolerância, sermos argutos, pois o mundo está repleto de enfermos, doidos, hipócritas e desequilibrados.

A FORTALEZA

Durante a leitura de um livro, ouvindo uma excelente música ou vendo um bom filme; em um momento de reflexão, ou mesmo durante uma simples caminhada, ou ao conversarmos com alguém ocorre um “insight”.

Claro que após um momento de sofrimento intenso provocado por uma enfermidade; o desencarne de um ente familiar, amigo (a), um animal de estimação; a perda de um excelente emprego, um casamento desfeito, um grande prejuízo financeiro, uma extrema decepção profissional ou afetiva e outros motivos enxergamos o óbvio.

Isso também é um “insight”! Nessa ocasião descobrimos que a onisciência Divina é uma FORTALEZA onde poderemos nos abrigar.

CONCLUSÃO

Já fui jovem (mais na idade do que hoje, ainda, na esbelta postura), curioso não sou mais. Antes eu usava e abusava do quem?, o quê?, onde?, como?, quando? e por quê? Fui demasiado analítico (sempre em busca de respostas). Hoje observo e escrevo mais, mas falo menos.

Mas como diziam e ainda hoje dizem os antigos... “O mundo dá muitas voltas”. O energúmeno que se considerava “cobra criada” descobriu num “insight” ser um mísero nada!

E como um “insight” – Algo como um despertar interior – o insignificante ser, sob a ótica de uma consciência antes adormecida e cega pela jactância obscura e vaidade extrema, perceberá de forma tempestiva, talvez tardia, ser o mais fraco dos fracos em sua limitação diante de inexpugnável fortaleza representada pela onissapiência Divina.