VERÃO SEM CENSURA
Nair Lúcia de Britto
 

Normalmente quando não gosto de um determinado filme ou do trabalho de um artista, prefiro ignorá-los e voltar meu interesse ao “Belo” e ao construtivo.
Excepcionalmente,  não posso mais  conter meu repúdio em relação a esse filme tão desastroso, entitulado “Bruna Surfistinha”.
Segundo informações já relatadas anteriormente pela mídia, trata-se de uma história baseada em fatos reais vivida por uma adolescente que, aos 17 anos, descobriu que era adotada.
Decepcionada, a menina abandonou a casa dos pais que a trataram como uma verdadeira filha. Ou seja, proporcionando-lhe uma vida confortável e colégios caros para  garantir-lhe um bom futuro.

A ingratidão é uma dor que só quem já passou por ela sabe o quanto dói. Eu imagino como os pais dessa menina devem ter sofrido!

Como a garota não estava disposta a encarar um trabalho duro para se sustentar, resolveu ser prostituta. E, pior do que se envolver com drogas, passou a divulgar suas “façanhas” pela internet.
Seu diário teve tanto sucesso que se transformou num livro. E o sucesso do livro redundou num filme.
Ao ser lançado, a imprensa explicou que a intenção do filme era apenas contar uma história de vida, sem críticas e sem julgamentos. 

Minha opinião a respeito continua sendo a mesma de antes: uma violação aos bons princípios que todos os cidadãos de bem procuram transmitir aos seus filhos.
A “arte” nesse nível tão rasteiro representa um perigo à formação dos jovens, tanto no Brasil como na China.
O erro não cabe àqueles que são obrigados a se prostituir a bem da sobrevivência. O erro compete à desigualdade social e a um sistema  que mantém uma pobreza inadmissível.
É preciso que se entenda que a prostituição não é a solução ou algo que mereça prestigio e, muito menos, motivo de orgulho. 

O “Verão sem Censura”, trazendo novamente esse filme,  prestigia outra vez a prostituição, o ganha-pão fácil e uma vida dissoluta.
Qual será o próximo passo em falso no meio artístico? Prestigiar o ladrão, o corrupto, o assassino? Com que cara poderão criticar os corruptos, causadores de tantas misérias? 

Liberdade de Expressão, sim; mas para construir e não destruir.

A Terra não está correndo riscos terríveis só com relação ao clima; mas também quanto à moral e aos bons princípios.  
Será, assim mesmo, violando as leis inatacáveis do progresso, do respeito humano e da própria Natureza que o nosso Planeta será destruído.  
 

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Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro. A real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz."  
Nair Lúcia de Britto
Enviado por Nair Lúcia de Britto em 18/01/2020
Reeditado em 18/01/2020
Código do texto: T6844850
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