REMINISCÊNCIAS DE PARTE DE UMA VIDA HUMANA

Aliás, a propósito de dois vídeos postados na minha página do Facebook, remeteu-me ao ponto de observar que hoje em dia as pessoas possuem muito mais limites, principalmente no aspecto profissional, do que era antes. E aí lembro-me da minha juventude, onde grande parte de nós realizávamos o que se chama de multitarefas.

E lembro-me que morando num terreno grande, meu pai, oriundo do nordeste, praticamente transformou-o num sítio, onde cultivava muita coisa. Lembro. inicialmente, de aipim, batata doce, inhame, tomate...dentre outros.

Mas lembro também, ao ir numa loja de produtos diversos para agricultura, adquiri um pacotinho de sementes de alface. E eu mesmo, com a ajuda de minha mãe, fiz um canteiro e as semeei.

E o meu pai, vendo aquilo, as sementes germinando, pegou gosto pela coisa e fez vários canteiros maiores, onde iniciou uma produção maior, resultando numa fonte de renda para a família. Mesmo que eu e meu irmão, contra a nossa vontade, claro, tínhamos que sair pelas ruas da vizinhança vendendo a produção.

Mas havia uma outra tarefa, e essa até meio pesada, que era o transporte de terra adubada, que meu pai descobria nas vizinhanças em terrenos vazios, e as reunia, fazendo montes, os quais nos obrigava a levar para o terreno onde havia o que se tinha plantado até ali.

Óbvio que isso nos contrariava. Mas a disciplina era rigorosa. E o respeito também, ao velho pai.

E logo a seguir, alcançando 15 anos, comecei a trabalhar fora. Num serviço de fotografia. Lá se realizavam várias atividades. Desde fotografar em estúdio, até em igrejas, clubes e etc. E as fotografias eram feitas pelos dois fotógrafos com os quais eu trabalhava. E havia também a montagem dos álbuns de casamento, 15 anos e afins.

E com o decorrer do tempo, era eu o responsável por esse último serviço. Eu montava os álbuns das fotografias dos fotógrafos que as levavam até o nosso serviço. Usava a capa de madrepérola, com gravações douradas. Era um capricho só. E eu não tinha, ainda, 18 anos.

E no ano de 1970, fui trabalhar na área de recursos humanos, transformando-me num profissional dessa área, a qual labutei por quase 17 anos. Mas nunca tive nenhuma dificuldade em fazer nenhum serviço. E que se corrija essa frase: nunca mexi em nada que incluía eletrônica. Na época em que fazia o profissionalizante, optei pelo de Contabilidade. Mas se tivesse optado pelo curso de eletrônica, talvez até estivesse milionário, com certeza. Porque foi e é um campo de mais repercussão financeira, digamos.

Mas não tenho do que reclamar da vida. Só sinto em ver hoje em dia a juventude um tanto quanto dispersiva, e também um tanto quanto desnorteada. E muitas das vezes trabalhando em serviços aos quais não tem interesse e muito menos aptidão para tal. Mas observo que o desinteresse por quase tudo é muito comum nos jovens atuais. Pelo menos nas coisas ditas sérias da vida. Voltam-se, apenas, para a curtição. E mais nada. Também pudera! Já possuem casa, comida e roupa lavada, celular, computador e tênis de marca. Assim é mole, né?

Terceiro Milenio
Enviado por Terceiro Milenio em 18/01/2020
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