NEGACIONISMO HISTÓRICO – EM VOGA.
POR VALÉRIA GUERRA REITER
Como é cruel viver sob os auspícios de uma sonegação factual? Ou sob o manto da pós-verdade.
E que por vezes nos faz andar entre os espinhos da volúpia humana; volúpia que muita das vezes tem transfigurado a História em um historicismo de viés positivista. Temos a historiografia como exemplo categórico de como interpretar fatos já consumados, sob os mais diversos olhares. A historiografia tradicional nunca perguntou às fontes históricas o que realmente houve? Porém com o advento da Escola de Annales, por exemplo, o ofício do historiador passou a ser menos subjetivo e muito mais questionador.
Os documentos datados e assinados deixam de ser a primazia categórica da comprovação científica; e as fotos, vídeos, pinturas, desenhos, e/ou mesmo depoimentos, são eleitos como verve comprobatória de fatos.
Já a visão histórica de David Irving, historiador e escritor britânico, consegue eleger a inexistência de um HOLOCAUSTO na Segunda Grande Guerra: inclusive um de seus livros trata sobre esta versão temática, a obra literária:Hitler’s War.
Muito conhecido na comunidade científica, Irving não deixou barato o fato de ser contestado pela também escritora, historiadora e professora da Universidade de Emory: Deborah Lipstadt.
A senhora Lipstadt foi inclusive indicada pelo presidente Bill Clinton para chefiar o Museu do Holocausto em Washington D.C, sua terra natal (Estados Unidos da América), porém seu maior embate fora com David; que apesar de ter proferido no tribunal, que “A história é uma coisa viva” o fez por perceber que havia se metido em palpos de aranha por negar a existência de execuções nas câmaras de gás no Campo de extermínio de Auschwitz.
David Irving foi o primeiro a entrar na justiça contra a professora, filha de judeus, por ela não ter concordado com a tese dele. A coragem de Deborah em não recuar diante da investida do notório e veterano Irving fica agora mais conhecida – com o filme “NEGAÇÃO” em cartaz na Netflix.
No Brasil bolsonarista estamos caminhando a passos largos para ver a história real ser abortada por um grupelho de obscurantistas que regam a planta do fascismo todos os dias, e desejam varrer dos livros didáticos a autenticidade da História do Brasil; e planejam substituir o termo “DITADURA MILITAR” por Governo Militar, ou qualquer outro que expresse mais brandura em relação ao cruel período de vinte e um anos no qual (quase quinhentas vidas) foram ceifadas de forma truculenta.
A corrente historiográfica chamada de micro história vem realizando um trabalho fundamental para a identidade humana; no papel de contar (a história) vista de baixo para cima; levando em consideração a trajetória de cada um. Normalmente e tradicionalmente os ditos vencedores contam seus feitos e valorizam reis, rainhas, príncipes, papas e outros personagens do pretérito como protagonistas da grande História; mas são os Menocchios da vida, como o moleiro italiano retratado pelo historiador Carlo Ginzburg, em sua obra prima “O queijo e os vermes” que tocam a roda do tempo/espaço.
Menocchio não aceitava as imposições da Santa Igreja Católica, e se tornou protestante, no ano de 1532. E o que pensaria o nosso David Irving sobre esta postura de vida de um simples moleiro que enfrentou a “Santa Inquisição”? Talvez dissesse (Irving) que tal Instituição nunca existiu – O que sabemos é que o simpatizante do nazismo foi condenado a reconhecer que errou feio ao minimizar a existência de um HOLOCAUSTO SOCIAL que matou mais de seis milhões de judeus na Europa, entre homens, mulheres e crianças.
#LEIABRAZILEVIREBRASIL·.
POR VALÉRIA GUERRA REITER
Como é cruel viver sob os auspícios de uma sonegação factual? Ou sob o manto da pós-verdade.
E que por vezes nos faz andar entre os espinhos da volúpia humana; volúpia que muita das vezes tem transfigurado a História em um historicismo de viés positivista. Temos a historiografia como exemplo categórico de como interpretar fatos já consumados, sob os mais diversos olhares. A historiografia tradicional nunca perguntou às fontes históricas o que realmente houve? Porém com o advento da Escola de Annales, por exemplo, o ofício do historiador passou a ser menos subjetivo e muito mais questionador.
Os documentos datados e assinados deixam de ser a primazia categórica da comprovação científica; e as fotos, vídeos, pinturas, desenhos, e/ou mesmo depoimentos, são eleitos como verve comprobatória de fatos.
Já a visão histórica de David Irving, historiador e escritor britânico, consegue eleger a inexistência de um HOLOCAUSTO na Segunda Grande Guerra: inclusive um de seus livros trata sobre esta versão temática, a obra literária:Hitler’s War.
Muito conhecido na comunidade científica, Irving não deixou barato o fato de ser contestado pela também escritora, historiadora e professora da Universidade de Emory: Deborah Lipstadt.
A senhora Lipstadt foi inclusive indicada pelo presidente Bill Clinton para chefiar o Museu do Holocausto em Washington D.C, sua terra natal (Estados Unidos da América), porém seu maior embate fora com David; que apesar de ter proferido no tribunal, que “A história é uma coisa viva” o fez por perceber que havia se metido em palpos de aranha por negar a existência de execuções nas câmaras de gás no Campo de extermínio de Auschwitz.
David Irving foi o primeiro a entrar na justiça contra a professora, filha de judeus, por ela não ter concordado com a tese dele. A coragem de Deborah em não recuar diante da investida do notório e veterano Irving fica agora mais conhecida – com o filme “NEGAÇÃO” em cartaz na Netflix.
No Brasil bolsonarista estamos caminhando a passos largos para ver a história real ser abortada por um grupelho de obscurantistas que regam a planta do fascismo todos os dias, e desejam varrer dos livros didáticos a autenticidade da História do Brasil; e planejam substituir o termo “DITADURA MILITAR” por Governo Militar, ou qualquer outro que expresse mais brandura em relação ao cruel período de vinte e um anos no qual (quase quinhentas vidas) foram ceifadas de forma truculenta.
A corrente historiográfica chamada de micro história vem realizando um trabalho fundamental para a identidade humana; no papel de contar (a história) vista de baixo para cima; levando em consideração a trajetória de cada um. Normalmente e tradicionalmente os ditos vencedores contam seus feitos e valorizam reis, rainhas, príncipes, papas e outros personagens do pretérito como protagonistas da grande História; mas são os Menocchios da vida, como o moleiro italiano retratado pelo historiador Carlo Ginzburg, em sua obra prima “O queijo e os vermes” que tocam a roda do tempo/espaço.
Menocchio não aceitava as imposições da Santa Igreja Católica, e se tornou protestante, no ano de 1532. E o que pensaria o nosso David Irving sobre esta postura de vida de um simples moleiro que enfrentou a “Santa Inquisição”? Talvez dissesse (Irving) que tal Instituição nunca existiu – O que sabemos é que o simpatizante do nazismo foi condenado a reconhecer que errou feio ao minimizar a existência de um HOLOCAUSTO SOCIAL que matou mais de seis milhões de judeus na Europa, entre homens, mulheres e crianças.
#LEIABRAZILEVIREBRASIL·.