DITADURA IMPLOSIVA.

DITADURA IMPLOSIVA

POR VALÉRIA GUERRA REITER

O Ato institucional número 5, foi uma medida repressora que fechou o Congresso Nacional em 13 de dezembro de 1968 – no auge da Ditadura Militar instituída em 1964 – por militares e seus comparsas mundiais.

Tudo foi encomendado por uma curriola norte-americana, que deseja realmente afastar qualquer sombra de socialismo de um de seus maiores quintais, no mundo. Pois é, o golpe militar nos anos mil novecentos e sessenta foi um campo minado que fora explodindo - a cada pisadura do povo; que diferentemente de agora, encontrou pouca resiliência graças a uma classe estudantil - muito mais esclarecida e resistente.

Hoje? Debaixo de um reinado praticamente absolutista, ocorrem menos explosões, já que não temos estudantes com o gabarito intelectual do alunado daquele momento histórico; os netos e bisnetos da Ditadura de 1964 usufruem de uma bem plantada baixa autoestima histórica (também) outorgada por um antipetismo com cheiro de Inquisição.

Jovens militantes antipetistas entraram para as fileiras constitucionais palacianas dos congressos, e estão rasgando placas de rua com o nome de vereadoras como Marielle Franco, que foi assassinada há dois anos no coração do Rio de Janeiro por milicianos locais.

O episódio de Paraisópolis, no domingo, dia 1° de dezembro - em São Paulo - nos remete a holocaustos como o do Carandiru, em 02 de outubro de 1992, onde pereceram 111 detentos. No caso do bairro favelizado cognominado de Paraisópolis foram nove mortos e doze feridos que durante um baile funk tiveram suas vidas ceifadas através de uma investida de policiais paulistanos.

As bases democráticas estão sendo implodidas, de forma que os detritos não resvalem nos incautos iludidos – A situação é grave! Existem projetos tramitando pra limitar as ações de deputados durante "certos projetos" no parlamento. Uma implosão aqui e ali, sob forte emoção presenteia “os chamados coxinhas de verde amarelo” com um espetáculo ímpar de patriotismo : sujo de sangue.

Pensemos no mecanismo de uma implosão literal; onde as dinamites são colocadas em pontos chaves como pilares, vigas; e fosso de elevador, onde é usado um detonador e um fio que queima mais devagar, atrasando a explosão da dinamite: da “excludente de ilicitude” (veneno travestido de biscuit) à morte de uma mulher pedinte nas ruas de Niterói (há duas semanas) demonstra o quanto a democracia republicana está pisoteada sob a arquitetura de implosões tão limpinhas.

A única arma que poderemos (nós progressistas) utilizarmos para conter o avanço de tantas implosões antidemocráticas será a conscientização histórica do povo; seguida de uma grande marcha pelas ruas deste “Gigante Brasil” num Ato de Resistência dos Pacíficos, a guisa do Movimento de Independência da Índia (no século passado). Quem sabe o gigante adormecido, que na verdade nunca acordou, já que (a cada vez que abria um olho) lhe atiravam dardos com sonífero: Acorde.

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 07/12/2019
Código do texto: T6813297
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