MINHA MAIOR VITÓRIA EM DEFESA DE OPERÁRIOS FOI NA MARINHA

Após deixar a carreira militar em 1980, fui trabalhar como metalúrgico na Ferro Ligas S/A como Auxiliar de Almoxarifado ganhando salário minimo, após quatro meses fui chamado para trabalhar no Arsenal d de Marinha de Ladário como ART. DE ELETRICIDADE E COMUNICAÇÕES eu havia formado em Eletricidade no Santa Tereza e passei em Concurso Público Federal. Relutei em aceitar, pois havia deixado a Marinha contrariado com algumas situações desagradáveis e muito prejudiciais a minha vida profissional e pessoal desde o Governo do General Geisel e Figueiredo, francamente, eu achei que o Figueiredo foi o mais democrata dos Generais da ditadura de 1964 e teve papel determinante na Abertura.

Mas ao trabalhar com uma excelente equipe de eletricistas militares e civis de Ladário, Desde o oficial Delfino que era Sargento na época, o Cabo Camarão de nome Cabral que era um homem muito bom e humano, mantinha o bom humor da equipe com o cabo Zerinho , Pinguelão e outros colegas eletricistas excelentes, de´pois fui designado para trabalhar na Central Telefônica do Sexto Distrito Naval.

Percebi que os operários civis, excelentes profissionais, ganhavam muito mal e comecei a tentar ajudar os meus colegas civis, descobri que todos tinham direito ao adicional de periculosidade de 30% devido aos paióis de munição e bombas e explosivos da área, as armas, os navios e todas as oficinas, carreira, dique e locais insalubres.

Passei a liderar e organizar um Trabalho coletivo com os colegas, defendemos CIPAS e fizemos um abaixo assinado e remeti ao Ministro Alfredo Karam com apoio do Prefeito Dr.

Fadah consegui entregar o documento ao Ministro Militar da Marinha no Corumbaense Futebol Clube e recebi a resposta do Ministro como Servidor Público e como escritor, pois também mandei um dos meus livros de poesia a ele.

Para encurtar a conversa, mesmo sendo obrigado a pedir exoneração e não receber nenhum centavo da Marinha, provei que estava correta minha tese do direito dos civis da Marinha e todos os meus colegas civis receberam os 30% de periculosidade e os atrasados e ainda fui comemorar com eles num Campo de Futebol de Ladário. Os outros colegas receberam a punição de 1 dia, mas todos receberam o seu direito, ou seja perdi o emprego mas sai feliz com Essa Vitória, pois eu nessa luta não tinha Sindicato, não tinha apoio de Partidos Políticos,Centrais de Trabalhadores e nem advogado. Tive a solidariedade pessoal do Dr. Farah, Dr. Celso Pereira e dos operários e militares amigos.

Essa foi a maior vitória de minha vida e vi que o Ministro da Marinha, era uma pessoa justa e reconheceu ao menos que os Civis da Marinha tinham direito de fato. Agradeço a Ele e ao saudoso Dr. Fadah Gatas que foi a quem entreguei o documento com abaixo assinado e as revindicações e o Almirante de Esquadra Alfredo Karam cumpriu a lei e pagou os civis todos na época.

Eu sabia que seria demitido a bem do serviço público, pois passei por cima da hierarquia,mesmo sendo civil éramos assemelhados e deveria pedir permissão do Comandante do Sexto Distrito e da Base, mas eu sabia que se fizesse isso, nada chegaria ao Sr. Ministro de Estado. Esse é um dos meus segredos agora revelado aqui neste texto.

Talvez agora, muitos entendam porque em 2002 eu fui o deputado Federal candidato de Mato Grosso do Sul mais votado na cidade de Ladário-MS. Obrigado ao povo Ladarense e aos corumbaenses que me deram a honra do apoio, solidariedade e voto.

Mas, muito antes de ter cargo público de Deputado eu já defendia o povo em questões JUSTAS E DIGNAS.