MARIELLE FRANCO: UMA LUTA INTERROMPIDA.
Nair Lúcia de Britto

 

É preciso que todas a mulheres brasileiras estejam unidas contra o feminicídio. Mesmo aquelas que não estejam correndo esse risco, lembrem-se de que hoje ou amanhã pode ser uma pessoa da sua família, uma irmã ou até mesmo uma filha.

Sejam solidárias umas com as outras e sejam precavidas contra o inimigo: o lobo que veste pele de cordeiro. Precavenham-se contra um amor falso, que é puro instinto; um instinto  que pode levar a uma crueldade sem limites. Não caiam mais nas suas armadilhas.

Cobrem do poder público por segurança, para uma punição justa, para que tirem todos esses psicopatas, que ameaçam até crianças inocentes, da rua.

Não acreditem em pedidos de perdão de hipócritas, nem em lágrimas de crocodilo. Afastem-se do algoz, sem benevolência, logo na primeira agressão. Antes que seja tarde demais, porque para esse desiquilíbrio ainda não há
cura. Não arrisquem suas vidas!  


Sejam exigentes e criteriosas nas suas escolhas; e saibam reconhecer quando o amor é verdadeiro. O amor mais do que tudo é respeito, solidariedade, união e liberdade.
Qualquer gesto que indique desejo de “posse”, fuja! Porque já é um sinal do feitor que escraviza.

Se Marielle Franco pudesse se pronunciar, agora, acredito que o que ela diria seria o seguinte:

“Mulheres, não fujam da luta! Minha vida foi arrancada da Terra pela violência dos homens, mas todas vocês podem continuar a minha luta. Luta da qual fui covardemente banida.”


 
Nair Lúcia de Britto
Enviado por Nair Lúcia de Britto em 08/11/2019
Reeditado em 08/11/2019
Código do texto: T6790208
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