Caso Marielle Franco, o surto de Bolsonaro e o amor de suas ovelhas
No Brasil pós-apocalíptico das eleições do ano passado, partindo dentro das denominações cristãs históricas, principalmente dos tais que se dizem presbiterianos/reformados/calvinistas, muito além de "meramente inconsistentes" (não poucos são parte da docência das congregações, falando nisso), que se baseiam em alguns noticiários quando convém, o surto de ontem do Bolsonaro sobre a citação dele em notícias referente a um inquérito policial legítimo gerou duas reações das suas ovelhas:
a) defendem com unhas e dentes o seu ídolo, digo, líder político-ideológico, muito mais do que o Cristo que, supostamente, dizem adorar a cada domingo - durante a semana, é Bolsonaro claramente, basta olhar os perfis, stories no IG e, suponho eu, os RT no Twitter;
b) acusam certo noticiário ou instituição jornalística quando atacam seu messias, digo, líder político-ideológico, quando somente uma notícia é narrada.
Isso que nem falei dos que estão em silêncio mas militaram diariamente no Facebook em favor dele. O silêncio é ainda pior, fiquem sabendo.
São os mesmos que tem certezas metafísicas sobre o óleo no Nordeste (gaúchos daqui já sabem de onde veio, como foi e quem é culpado) e sobre o desmatamento da Amazônia (mesmo com dados da NASA indicando isso, mas, negando o fato e de que essas coisas falsas, "nada científicas", são para "meter a mão" na Amazônia - afinal, não existe Planeta Terra, só existe Brasil).
Bolsonaro e suas ovelhas só bebem do próprio veneno de não acreditar na CF 1988 e atacar a atividade política como uma guerra, não como busca pelo consenso dentro das regras que englobam todos. Todos merecem a mesma dignidade e respeito, porém, para os atuais idólatras, isso se resume a quem se curva a esse anticristo. Nesse cenário, somente vejo três únicas formas de acabar com toda essa idolatria política:
a) votar em qualquer candidato que seja minimamente preparado para as eleições de 2022 - sim, voto nulo não adianta mais, porque a idolatria precisa acabar na alteração de regimes;
b) denúncia, disciplina e afastamento dos membros eclesiásticos nesses casos, principalmente pastores - mas mesmo ali se encontram homens de verdade para isso? Quem me garante que, dentro de concílios que alteram confissões reformadas, vão sequer processar e julgar algum de seus pares?
c) uma guerra civil de todos contra todos onde vencerá o melhor "deus", tal qual uma Revolução Francesa.
Como a letra b) não acontecerá, pois, a ideia de masculinidade bíblica é só coisa de EBD, pra acumular matéria e demonstrar conhecimento sem prática, não cogitaria a letra c) daqui um tempo. Não sei quando, mas, do jeito que as coisas andam... e a letra a), bem, como saber?
E pasmem, Francis Schaeffer, teólogo e filósofo presbiteriano/reformado/calvinista, verdadeiro pastor de ovelhas principalmente em 1950-1984, já dizia que a culpa do mundo ir de mal a pior é da Igreja enquanto instituição. Porque não cumpre seu propósito como a Bíblia ensina. Não é a toa que, no Brasil, desde a idolatria ao Lula até agora para o Bolsonaro, a Igreja (institucional) está envolvida.
Pois bem. Enfim, você que não é cristão e leu até aqui, se você conversar com alguém que demonstra esse falso senso de realidade quanto a atividade política diante do antitético posicionamento do que a Bíblia diz, ignore-o e procure outra pessoa. Vai te fazer bem.