O FOFOQUEIRO

Põe maldade em tudo que vê e ouve sobre terceiras pessoas.

Não quer nem saber do contexto das palavras, ou seja, quais os sentidos as palavras foram usadas pelas pessoas ou com que objetivo os interlocutores a usaram, mas apenas quer espalhar os boatos.

Inventa mentiras da vida alheia, sem o menor constrangimento.

Espalha fatos e supostos fatos da vida privada dos outros, tornando público aquilo que ainda está no segredo ou no privativo de pequeno círculo.

Comenta assuntos alheios sem autorização das pessoas envolvidas, sem o menor escrúpulo.

Há quem diga que “fofoca dá uma pitada no sabor da vida”, mas que nem sempre o caldo final no tempero fica bom!

Muitos entendem que a “fofoca pouca, pro gasto” não prejudica ninguém.

Outros acham que há sempre o risco de se contar mais do que ocorreu na vida alheia, realmente!

A fofoca, o prato predileto do FOFOQUEIRO, é como a experiência que vivi, no 1º ano primário, quando umas normalistas fizeram estágio em nossa turma – diuturna, nos idos de l965, passando para nós a seguinte experiência: a palestrante ditou umas palavras à coleguinha que se assentava na primeira fila (primeira carteira) e, essa coleguinha transmitiu, posteriormente, à outro coleguinha anterior, tendo isso ocorrido, em todas as fileiras e até o último da carteira final. (Aliás, nessa época, as carteiras eram maiores e gente sentava com outro coleguinha ao lado, na mesma carteira).

Em seguida, a palestrante ouvindo o último colega, este lhe passou a frase inicial, totalmente truncada, diferente da frase que a palestrante havia entregue à primeira colega.

MORAL: Assim é a fofoca: “Quem conta um conto lhe acrescenta um ponto”.

Há sempre uma distorção, principalmente quando alguém “pega o bonde andando”, ou seja, ouve conversa alheia pela metade, sem ouvir todo o contexto em que as palavras estão sendo colocadas, a quem está sendo dirigida ou a que se referem os fatos! Ou ainda quais os objetivos das palavras! Aí, então, é que a malícia corre solta! O preto vira branco. O forte fica fraco e o doce se torna azedo na vida alheia!

A fofoca, enfim, a maldade do FOFOQUEIRO, é o pecado que incendeia a vida de quem muitas vezes não merece! (Tiago 3.4-8)

Rive (ES), 14 – 10 – 2019

Fernandinho do forum

Ver, na p. 10, deste Blog "Recanto das letras", os artigos Linguarudo I e II.