Modernidade: Onde todos são doutores

Na hodierna conjuntura, vê-se que em todas as discussões, em família, entre amigos, em ambientes diversos, os indivíduos comportam-se como se possuíssem todo o conhecimento, independente de qual assunto estiver em pauta.

Contudo, tais situações revelam a efemeridade do conhecimento, das ideias e das discussões.

Não há como discutir sem ter o mínimo de conhecimento sobre determinado assunto. Tal aprendizado é conquistado pela experiência ou pela leitura de autores que pesquisaram e se dedicaram a estudar profundamente sobre suas áreas.

Mas o que ocorre é exatamente o contrário, os indivíduos não possuem o conhecimento prático e quiçá se preocupam em ler obras de estudiosos.

Quando se analisa a política, a decepção é ainda maior. Muitos se dizem liberais, sem sequer conhecer Smith, Locke... outros se dizem comunistas sem ao menos ler um parágrafo de Marx, Engels..

Óbvio, que fique bem claro, que qualquer indivíduo tem a plena liberdade de expressar sua opinião, seja ela qual for, pode-se também se considerar o que quiser. Mas, seria tão mais interessante discutir com pessoas que sabem, de fato, sobre o que estão falando.

O conhecimento prático também é considerável, e muito relevante. Muitos cidadãos não domina teóricos, mas conhecem verdadeiramente a área em que se dedicam, e isso é tão válido, ou até mais que possuir um acervo bibliográfico.

Enfim, muito se dizem doutores do conhecimento, mas sequer preocupam em ouvir o outro. São donos da razão, cheios de suas verdades, sejam elas retiradas de onde quer que seja.