QUEM SÃO OS SUPER-HOMENS DE CARNE E OSSOS?

Prólogo

Com o “peito pra dentro e barriga pra fora”, antes era: “barriga pra dentro e peito pra fora”, com a voz embargada pela emoção ... Eu respondo a pergunta: QUEM SÃO OS SUPER-HOMENS DE CARNE E OSSOS?

No contexto deste escrito que, poderá ser considerado e/ou interpretado como sendo uma manifestação hipócrita, exacerbado saudosismo ou nacionalismo motivacional, a depender da interpretação e julgamento de cada um dos meus milhares de leitores. Ao final tudo será devidamente explicado e esclarecido.

QUEM SÃO OS SUPER-HOMENS DE CARNE E OSSOS?

OS SUPER-HOMENS DE CARNE E OSSOS são aprovados em disciplinas psicológicas, de confronto pessoal, sabem como evitar doenças e encontrar água em local inóspito; manipular explosivos (RDX, C-4, TNT), preparar emboscadas e lançar ataques furtivos; conduzir operações em helicópteros, embarcações e outros veículos; a cavalo ou a pé movem-se tais quais felinos em busca da presa, mas também conseguem ficar imóveis por horas mexendo apenas os músculos necessários para evitar cãibras.

Eles sabem se orientar quando, às vezes, se perdem. Para isso usam com muito conhecimento e propriedade a sigla ESAON – (Estacione. Sente-se. Alimente-se. Oriente-se. Navegue).

Nos exercícios de fuga e evasão, considerados prisioneiros de guerra, OS SUPER-HOMENS DE CARNE E OSSOS se transformam em porcos ou outros animais que chafurdam em lama. Podem se alimentar parcamente com angu, pequenos pedaços de peixe, frango ou galinha crua. Nessas ocasiões não há patente nem tampouco graduação: Todos serão tratados com extremado vilipêndio e por apenas um número individual.

Eventualmente, dependendo da região onde ocorra a missão, o curso ou exercício, e não havendo como encontrar cobra, peixe, macaco ou Teiú Comum (Espécie de lagarto)... a única fonte de proteína como alimento será uma larva branca, gosmenta, de um certo tipo de inseto. Esse alimento causa ânsia de vômito, mas o gosto de amêndoa inibe a forte ansiedade. Isso faz parte da missão, formação, exercício ou curso.

São esses homens preparados para as noites maldormidas, para controlar a dor e o medo; o anseio, a fome, o calor ou o frio; a sede e todas as intempéries e adversidades que, naturalmente seriam insuportáveis pelos homens considerados normais. Para esses homens guerreiros a tormenta será sempre o prenúncio ou augúrio de uma esplendorosa, justa e merecida vitória.

Esses extra-humanos, para mim, são a essência da fusão entre os ótimos e excepcionalmente melhores porque são exímios na execução de tiro com armas de uso individual ou coletivo; na preparação de armadilhas para caças; na utilização de arma branca, porrete, garrote ou só as mãos. São os SUPER-HOMENS DE CARNE E OSSOS preparados para a sobrevivência em situações adversas e pressão imensurável.

32 ANOS, 07 MESES E 22 DIAS

O tempo pertencendo a essa casta (SUPER-HOMENS DE CARNE E OSSOS) foi sofrido, longo em demasia, mas valeu a pena! As características físicas e morais nos identificam. Hoje tenho orgulho de poder dizer aos meus filhos e netos: Não somos iguais aos homens de hoje... Somos diferentes! E nessa hora, ao ouvir essa assertiva o meu amado neto PEDRO HENRIQUE perguntaria: “Como assim?” – E com o “peito pra dentro e barriga pra fora”, antes era: “barriga pra dentro e peito pra fora” eu respondo com a voz embargada pela emoção:

Nós somos considerados por muitos como sendo SUPER-HOMENS DE CARNE E OSSOS porque temos a lealdade como crença; a disciplina como valor, a coragem como hábito e a missão como destino glorioso de quem honra a ORDEM E O PROGRESSO (Dístico de nosso Pavilhão Nacional).

Temos equilíbrio suficiente para controlar nossas mais subidas emoções, sabemos lidar com os diferentes que não nos enxergam e dizem apenas que nos quartéis "se aprendem antigas lições"; não dormimos mais do que o necessário e não comemos mais do que precisamos para repor as energias gastas no labor proficiente. Não temos vícios. Valorizamos o trabalho em grupo, as tradições e as nossas famílias. Sim. Somos diferentes!

SOFRIDAS, MAS DOCES RECORDAÇÕES

É claro que há quem sirva à Pátria por pouco ou longo tempo, muitos anos, e quando vai para a reserva verifica que não deixou algo substancial, marcante, útil e necessário por ocasião de sua permanência durante o serviço ativo. Empáfia à parte, não foi o meu caso. Tanto é que recebi, há algum tempo, um honroso e primoroso elogio de quem me conheceu em Brasília. São palavras desse companheiro de caserna:

“Lembro-me, com saudade, de nossas peladas de futebol de salão na SQN 102. Tempo bom que não volta mais. Quando você fez a Página Eletrônica da PMB mostrou que é uma pessoa dedicada e pela competência deixou marcas indeléveis de um laborioso e profícuo trabalho. Vale acrescentar que na PMB havia uma Seção de Informática, mas coube ao zeloso Infante a tarefa-desafio.” (SIC) – Gonçalves.

Quem teria interesse na data do meu ingresso, por dificílimo concurso, no Exército? Alguém teria interesse em saber a data do meu casamento? Conhecer as datas dos nascimentos dos meus filhos e filha? Dos meus amados netos? Quem gostaria de relembrar as datas das minhas promoções, os cursos militares de especializações e aperfeiçoamentos, os estágios; cursos civis de graduação e pós-graduação com as respectivas excelentes classificações senão eu?

CONCLUSÃO

Hoje ao ver um militar de qualquer Força Armada ou mesmo Força Auxiliar (Vide artigo 144, da CF/1988) tenho vontade de prestar uma honrosa continência! Durante o meu tempo de caserna fiz muitos amigos e admiradores.

Por ser extremamente disciplinado, pontual, pragmático e exigente, talvez em demasia, causei também, não nego, bastantes, isto é, vários e indefinidos dissabores a alguns subordinados, pares e superiores, mas tudo segundo minha crença e convicção, em respeito a harmonia, aos regulamentos, aos bons usos e costumes, à ordem e aos preceitos militares.

Mantenho-me integro e envelheço com dignidade! O que me mantém feliz e com a autoestima sublimada é a certeza da evolução alcançada, a missão bem cumprida e a união familiar; a determinação e garra dos meus filhos e filha transmitida pelos genética especial. Mantenho-me feliz ao ler e reler e até publicar parte de um comentário recebido de um casal de leitores feito a um texto meu:

“... O senhor sabe nos manter focados e, até certo ponto, ansiosos pelo desfecho do tema dissertado. Adorei! Adorei! Adorei! Amei sua lembrança de adolescente quando entrou no Exército e seu desejo consolidado de ser um sargento líder. Meu marido e eu também gostamos demais da forma como o senhor escreveu sobre a pessoa que erra: "aprendi que errar é coisa de desidioso, relaxado, desatento, preguiçoso, incompetente, desqualificado, babaca, leviano, anarquista e ato de irresponsável!". Parabéns pelas verdades que escreveu, pelo nacionalismo evidenciado. Nossos sinceros e calorosos abraços com muita admiração. Eloisa e Juarez.”. (SIC) – (Transcrição do texto: ERRAR É ATO DE IRRESPONSÁVEL! – Publicado no Recanto das Letras).