OS DEVASTADORES EFEITOS DAS DROGAS
Prólogo
Este texto é de interesse público! Trata-se de um alerta sobretudo para as pessoas jovens e com plena capacidade laboral, intelectual e, ainda, conscientes dos males provocados pelos excessos seja do que for. Fui estimulado a escrever estas linhas depois de um inusitado encontro com um ex-combatente (soldado de Infantaria) incorporado no ano de 1983, no 31º BI Mtz, situado em Campina Grande, PB.
Depois de narrar este insólito encontro – 20/07/2019 – com o ex-soldado Adriano (esse é o nome que darei ao personagem em respeito à privacidade do hoje reservista) vou narrar uma pequena história que meu saudoso papai JOSÉ MUNIZ PEREIRA (Que Deus o tenha sob sua luz) me contava quando eu carinhosamente lhe pedia para me falar algo pitoresco ou mesmo dantesco desde que me transmitisse algum ensinamento ou experiência alheia, positiva e/ou negativa, para ser seguida ou repudiada.
O ENCONTRO CASUAL COM ADRIANO
O sábado estava frio e chuvoso. Essa chuva, demasiada pertinaz, felizmente não tão volumosa, é fria e ruim para eu fazer minhas caminhadas, mas eu precisava sair um pouco com meu cachorro Hulk que, igual às demais criaturas idosas, não tem mais tanta paciência como dantes.
O encontro casual aconteceu nas proximidades da rotatória da avenida Juscelino Kubitschek, no bairro do Cruzeiro. A uma distância de uns cinco metro ouvi uma voz meio fanhosa. "O senhor é o sargento Wilson?" – Aproximou-se de mim um senhor idoso, muito idoso na aparência. O corpo esquálido se arrastava sobre uma perna e por isso usava uma bengala. Anui que sim. Eu entendi que se tratava de um ex-militar que me conhecera na caserna quando eu era sargento.
– Eu sou o Adriano da turma de 1983. Reconheci o senhor assim que o vi. Mudou muito pouco com o passar do tempo. Estou mais velho do que o senhor porque quando fui licenciado do quartel trabalhei como vigia à noite. Não dormia bem, comia mal e fora de hora. Depois que me separei de minha mulher cai na cachaça, no fumo e outras drogas. Perdi minha família. Todos me abandonaram.
Embriagado, perdi a perna esquerda num acidente de moto e ainda tive de pagar os prejuízos do carro de luxo que eu amassei nesse acidente em João Pessoa. Estou com cinquenta e cinco anos, mas dizem que sou mais velho e eu me sinto como se tivesse mais de setenta anos. Tenho a aparência de sessenta e cinco anos ou mais. O senhor concorda? – Você está meio judiado. O tempo passa para todos. – Disse tentando abrandar minha admiração pela figura de aspecto triste e lamentável.
Nessa ocasião Adriano citou o nome de outros sargentos e oficiais de nossa época. Parecia querer fornecer provas de que era, de fato, um reservista e que me conhecia de outrora. Cauteloso pela frágil aparência do ex-companheiro de quartel, abracei-o percebendo que seus olhos lacrimejavam em um choro silencioso, sofrido e nostálgico.
A HISTÓRIA CONTADA POR MEU PAI
Um grupo de estudantes de medicina se dirigiu a um hospital ou clínica geriátrica para fazer uma pesquisa. O propósito do grupo era saber as causas da longevidade e naquele local certamente encontrariam farto material para escrever um excelente Trabalho de Conclusão de Curso – TCC.
É claro que hoje existem profissionais que elaboram e vendem os TCC já prontos mediante régio pagamento. Mas esse grupo de futuros médicos era composto por estudantes pobres e comprometidos com o bom e cabal aprendizado.
Já na entrada da clínica geriátrica o grupo de estudantes pesquisadores encontrou um ancião de pé, mas escorado em uma das colunas bonitas de mármore. Com a voz arrastada e cofiando uma barba rala o velho homem cumprimentou os estudantes e eles lhe perguntaram: O senhor é paciente desta clínica?
– Sim. Sou. Por quê? – Nessa ocasião os pesquisadores contaram o propósito da visita e perguntaram a idade do homem velho.
– Meu nome é José, mas todos me conhecem por Zé Preto. Estou com 87 anos, mas só cheguei a esta idade porque sempre fui muito cuidadoso com minha alimentação. Não bebo nada alcoólico, não fumo; sempre pratiquei esportes, durmo bem e até nas relações sexuais com minhas duas ex-esposas, já falecidas, procurei ser comedido, isto é, fazia sexo apenas uma vez por semana. Mas lá dentro da clínica vocês poderão entrevistar outros pacientes e certamente eles têm outros segredos para lhes revelar.
O segundo paciente estava sentado em uma poltrona de couro macio e aparentava ser mais idoso do que o primeiro entrevistado, mas a aparência dele mostrava ser um cidadão de posses. Vestia-se com esmero, os cabelos bem penteados e as unhas aparadas e limpas davam um arremate especial na aparência do idoso que praticamente contou a mesma história, mas com pequenas variações, do senhor José (Vulgo Zé Preto).
– Meu nome é Arnaldo e tenho 98 anos. Sou viúvo. Tenho dois filhos: Um com 69 anos e o outro com 72 anos. Eles e suas esposas me visitam todos os meses e nessas ocasiões fazemos uma farra porque meus netos e bisnetos vêm também para me abraçar. Adoro abraços e doces que minhas noras trazem para mim. Só nessas ocasiões é que saio um pouco de minha dieta. Saibam que cuido muito bem de minha alimentação e a doutora nutricionista é muito rigorosa.
Os pesquisadores estavam maravilhados! Faziam anotações e estavam quase certos de que fariam um excelente Trabalho de Conclusão de Curso – TCC. Todavia um dos estudantes perguntou:
– O senhor é o paciente mais idoso nesta clínica? – O ancião respondeu sorrindo:
– Era até a semana passada quando chegou um senhor transportado em uma maca. Ouvi dizer que ele não anda e fica deitado o tempo todo. A meu ver ele deve ter mais de cem anos. A aparência é de um homem muito mais velho do que eu. Vão conversar com ele. Mas antes falem com o diretor da clínica.
Os estudantes se alvoroçaram e de imediato procuraram saber quem era o campeão da longevidade. A direção da clínica concedeu uma visita ao ilustre paciente por apenas trinta minutos para não abalar o estado emocional do idoso, muito idoso na aparência, senhor Inácio Mendes.
– Bom dia senhor! Como está? – Cumprimentou o líder do grupo. Nesse instante, acometida de extremada emoção uma das estudantes da equipe de pesquisadores iniciou um choro plangente ao ver o estado do corpo trêmulo, esquálido e macilento do paciente deitado num colchão especial para os potencialmente debilitados.
– Oh! Bom dia ou boa tarde, talvez boa noite. Meus dias são sempre iguais. São eternas noites. – Emergia de sua mente uma comprovada confusão mental – (N. do A.). Desculpem-me. Meu nome é Inácio e antes de vocês entrarem em meu quarto o diretor da clínica me disse o propósito da visita de vocês. Sei que já entrevistaram outros pacientes. Provavelmente eles disseram que cuidam da alimentação e têm vida regrada. – E ensaiou o homem idoso um sorriso que mais parecia um esgar de dor.
Os outros entrevistados provavelmente disseram que não bebem, não fumam. Dormem cedo. Viveram uma vida demasiada certinha e por isso estão velhos, mas com a saúde de acordo com suas idades. Pois não fiz nada do que eles fizeram. Sempre gostei de viver a vida perigosamente. Comia de tudo. Cuidar das taxas sanguíneas, exames disso e daquilo nunca foi o meu forte. Eu queria mesmo era aproveitar a juventude.
Bebi muitas cervejas, uísques, vodcas e até cachaça. Fumei em demasia. Vivenciei noites maldormidas nos cabarés: “Chão de Estrelas” e “Eldorado” com as raparigas desses inferninhos. Claro que hoje estou arrependido de todas essas extravagâncias e não faria novamente porque acredito que envelheci muito cedo. – Nesse momento o líder do grupo de estudantes perguntou timidamente com receio de parecer indiscreto:
– Seu Inácio... Com todo o respeito o senhor aparenta ter mais de cem anos, mas quantos anos o senhor tem hoje? – Todos se surpreenderam com a revelação bombástica da subumana figura esquálida:
– No dia 27 deste mês de julho de 2019... Estamos em julho? – Mais uma demonstração de comprovada confusão mental – (N. do A.). Vou completar trinta e seis ou trinta e sete anos de idade. Não sei ao certo!
OS DEVASTADORES EFEITOS DAS DROGAS
Overdose é o termo que usamos quando referimos a doses excessivas de determinada substância no corpo, causando intoxicação no indivíduo. No caso do álcool, quando você vai a uma festa, ou mesmo em casa entre familiares e amigos, se você bebeu muito, provavelmente sentirá tonturas, vômitos, se sentirá eufórico – ou deprimido, dentre outras características.
Tontura, dor de cabeça, sensação de boca seca, desânimo, sentidos no dia seguinte são sintomas da famosa "ressaca": uma reação do seu corpo a essa ingestão demasiada. Todavia, esse desconforto do dia posterior não se compara com o uso excessivo e prolongado do álcool e outras drogas que podem irritar a mucosa estomacal, causando a gastrite.
Outras consequências, e ainda mais graves, são: o aumento da pressão arterial, problemas no coração e pâncreas, hepatite e cirrose. Distúrbios do sistema nervoso, como desatenção e tremedeira, também podem fazer parte do quadro. O fígado é um dos principais órgãos afetados, uma vez que é ele quem armazena o glicogênio - a nossa reserva de glicose, que oferece energia aos animais, inclusive o humano – e o libera aos poucos para a corrente sanguínea.
Quando o indivíduo está sem se alimentar por um tempo razoável, suas reservas se esgotam, fazendo com que este órgão sintetize a glicose a partir das nossas proteínas musculares. Essa síntese é dificultada na presença do álcool, visto que o etanol bloqueia essa ação. Assim sendo, é compreensível o porquê das pessoas que estão bebendo em jejum se afeta mais rapidamente e o porquê do álcool em excesso, ao longo do tempo, pode causar a cirrose hepática e envelhecimento precoce.
CONCLUSÃO
A conscientização e a abordagem motivacional também são fatores importantes para um tratamento rápido, adequado e eficaz. Uma pessoa que reconhece os males das drogas e concorda em fazer o tratamento em uma clínica especializada, aumenta muito as suas chances de abandonar totalmente as drogas e se reintegrar à sociedade.
Assim, o apoio dos familiares e amigos é fundamental para promover essa recuperação. É preciso também identificar os gatilhos que levam ao consumo de drogas e evitar situações que impulsionem a pessoa a ter uma recaída. O ideal é afastar o paciente de um ambiente nocivo ou facilitador e evitar que ele retome velhos hábitos não saudáveis após concluir seu tratamento.
Enfim, tendo por base o fundo moral da história que meu papai José Muniz me contava e em virtude dos inúmeros tratados escritos sobre as causas da longevidade, quero aconselhar do alto dos meus setenta anos, embora aparente muito menos (assim disse o ex-militar, senhor Adriano e outros, que comigo serviram à Pátria nas décadas de 1970 a 2000).
Não há dúvida: Os devastadores efeitos das drogas associadas às noites maldormidas detonam o organismo e envelhecem precocemente. Caso a ocasião seja oportuna e deseje mesmo beber, procure se alimentar antes e durante, priorizando alimentos ricos em amido. Temperança e cautela é o segredo para todas as ações e reações. Evite beber excessivamente, procurando revezar, entre um copo e outro de bebida, um copo de água, para evitar a desidratação dos neurônios, responsável pela ressaca.
____________________
NOTAS REFERENCIADAS
– Textos livres para consulta, da Imprensa Brasileira;
– Assertivas do autor que devem ser consideradas circunstanciais e imparciais.