São tragédias constantes envolvendo motoristas de aplicativos. Pais de família que são assassinados, jovens motoristas que são mortos pela violência urbana, o comum entre todos eles é que encontram a vida abreviada no momento em que prestam serviço para alguma empresa estrangeira que faz a gestão desses aplicativos, mas que alegam não guardarem nenhum laço de proteção trabalhista com as vítimas.
Esses motoristas, que colocam o próprio carro a serviço de corporações internacionais que agora se apropriaram do transporte individual privado, continuam sendo sacrificados no trânsito sem que tenham nenhum amparo legal sobre suas vidas e sobre os riscos do trabalho que aceitaram exercer. O Estado e o Judiciário privilegiaram os argumentos com babas de sangue usados pelos gestores dos aplicativos. Os assassinatos se tornam irrelevantes diante da obrigação de manterem o serviço de táxi em carros particulares imunes de qualquer culpa ou responsabilidade jurídica.
O motorista sai para o trabalho e pode não voltar. Problema dele — responderiam os porta-vozes dos aplicativos — ele que escolheu trabalhar nisso, concluiriam. O grande capital de empresas como o Uber (avaliado em cerca de 80 bilhões na Bolsa de Nova York) conseguiu imunidade pelas consequências do homicídio de motoristas que pagam até 30% de seus ganhos pelo uso da plataforma. O rosto invisível dos acionistas talvez oculte a face risonha de um carniceiro que conseguiu, com indecente facilidade, impor a barbárie ao cotidiano do asfalto.
Motoristas de aplicativos, talvez por desespero, aceitam dirigir num corredor da morte. Os que sobrevivem, recebem a parca diferença entre aquilo que os aplicativos lhes toma e a manutenção do que o carro consome. É o valor da vida rebaixado ao desprezo pela vida e pela própria dignidade. Num grosso resumo, podemos dizer que os aplicativos de transporte privado lucram até com a morte.
Aos passageiros que financiam tudo isso, não imaginem que correm menor ameaça. Cada corrida paga é como a cota de um plano funerário que não fornece caixão nem cova rasa. Usuários de aplicativos de transporte em carros particulares são cúmplices dessas tantas mortes e não estão livres de se tornarem os próximos imolados aos faraós do Vale do Silício.
Nenhum desemprego compensa uma vida abreviada. Nenhuma tarifa mais barata compensa que nos tornemos patrocinadores do desamparo de famílias que encontraram no homicídio de seus entes mais queridos o fim da esperança.
Esses motoristas, que colocam o próprio carro a serviço de corporações internacionais que agora se apropriaram do transporte individual privado, continuam sendo sacrificados no trânsito sem que tenham nenhum amparo legal sobre suas vidas e sobre os riscos do trabalho que aceitaram exercer. O Estado e o Judiciário privilegiaram os argumentos com babas de sangue usados pelos gestores dos aplicativos. Os assassinatos se tornam irrelevantes diante da obrigação de manterem o serviço de táxi em carros particulares imunes de qualquer culpa ou responsabilidade jurídica.
O motorista sai para o trabalho e pode não voltar. Problema dele — responderiam os porta-vozes dos aplicativos — ele que escolheu trabalhar nisso, concluiriam. O grande capital de empresas como o Uber (avaliado em cerca de 80 bilhões na Bolsa de Nova York) conseguiu imunidade pelas consequências do homicídio de motoristas que pagam até 30% de seus ganhos pelo uso da plataforma. O rosto invisível dos acionistas talvez oculte a face risonha de um carniceiro que conseguiu, com indecente facilidade, impor a barbárie ao cotidiano do asfalto.
Motoristas de aplicativos, talvez por desespero, aceitam dirigir num corredor da morte. Os que sobrevivem, recebem a parca diferença entre aquilo que os aplicativos lhes toma e a manutenção do que o carro consome. É o valor da vida rebaixado ao desprezo pela vida e pela própria dignidade. Num grosso resumo, podemos dizer que os aplicativos de transporte privado lucram até com a morte.
Aos passageiros que financiam tudo isso, não imaginem que correm menor ameaça. Cada corrida paga é como a cota de um plano funerário que não fornece caixão nem cova rasa. Usuários de aplicativos de transporte em carros particulares são cúmplices dessas tantas mortes e não estão livres de se tornarem os próximos imolados aos faraós do Vale do Silício.
Nenhum desemprego compensa uma vida abreviada. Nenhuma tarifa mais barata compensa que nos tornemos patrocinadores do desamparo de famílias que encontraram no homicídio de seus entes mais queridos o fim da esperança.