50 anos de história LGBTI+: resistência e revolta

"Mãos dadas, beijos e poses acentuavam cada um dos aplausos com uma libertação homossexual que havia aparecido apenas fugazmente na rua antes" Jornalista Lucian Truscott a reportagem do Vilage Voice no ano de 1969.

Nova Iorque, 28 de junho de 1969. Neste dia, milhares de cidades dos EUA se movimentaram com paradas Gays para que o debate sobre os movimentos LGBT´s (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis) tomassem as ruas. O bar chamado Stonewall Inn foi o ponto de partida para os movimentos. O bar era o ponto de encontro das pessoas marginalizadas podiam se encontrar com mais liberdade, principalmente os gays. Até o ano de 1962 era considerado crime as relações com pessoas do mesmo sexo em todos os Estados americanos. A primeira cidade a abolir o crime foi à cidade de Illinois. Em 1972 outras cidades fizeram o mesmo. Em 1980, a lei foi abolida em Nova Iorque. 2003 foi o marco, pois nesse ano a lei foi abolida de uma vez.

É bom lembrar que nos primeiros anos da revolta, as cidades de San Francisco, Chicago, Los Angeles e Nova Iorque fizeram movimentos para relembrar a data. Vale ressaltar também que no ano de 2015, o bar Stonewaal Inn foi considerado um monumento histórico de Nova Iorque, tonando-se o primeiro monumento LGBT nos EUA.

O famoso bar recebia muitas batidas dos policiais da cidade, por não ter liberação para o seu funcionamento e nem autorização para venda de bebidas alcoólicas, o que mascarava o principal motivo, que era o preconceito para com as pessoas LGBT que lá frequentavam, e principalmente porque muitos policiais extorquiam o dono do bar e seus frequentadores, que tinham entre eles alguns famosos americanos. Na então madrugada do dia 28 de junho de 1969, os frequentadores do bar se revoltaram, pois a frequência das batidas policiais tinham aumentado assustadoramente.

A policia neste dia, já na sua terceira “visita” ao bar começou a prender aqueles que ali estavam pela a alegação de não estarem vestidos de acordo com seu gênero, o que até então era previsto em lei. Os agentes se utilizaram de violência na abordagem, o que acarretou em uma confusão generalizada. Moedas, garrafas e pedras eram jogadas contra os policiais. Em certo momento, não se sabe de onde, uma garrafa com fogo fora jogada em direção ao bar, o que acabou ocasionando no incêndio do estabelecimento. A comunidade Gay, até então escondida, foi as ruas a partir daquele dia por cerca de 6 dias, protestar ao redor do bar agora em cinzas.

A pecha de luta para manter a moral e os bons costumes da sociedade, sempre foram marcas da vigilância moralista para contra os homossexuais ou contra aqueles que de alguma forma não se adequam a prescrição do comportamento “normal” heteronormativo. A revolta de 1969 nos mostrou o quanto unidos somos mais fortes, e que todos tem o direito de amar a quem quer que seja. É fato que as leis, a ciência e a psiquiatria enclausuraram por muito tempo os desejos homossexuais (entenda aqui todos os desejos LGBT´S). Hoje, décadas depois, as leis, a ciência e a própria psiquiatria tem lutado ao nosso lado, para a humanização das pessoas LGBT´S, o que para nós é um ganho e um fôlego a mais para continuar no caminho da busca pela felicidade.

O mês de junho, todo ele, deve ser utilizado por todos nós, LGBT´S ou não para a conscientização da luta travada diariamente sobre nossas vidas. Pelo direito de não sentir medo de beijar em público. Pelo direito de não se sentir enclausurado pelo simples desejo de segurar a mão daquele (a) que você agora ama. Pelo direito a vida! Pois para mim, a maior resistência que nós podemos escancarar a sociedade, é nos mantermos vivos e lutando pelo que é nosso!

Lume Santos
Enviado por Lume Santos em 06/06/2019
Reeditado em 06/06/2019
Código do texto: T6666245
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