O mundo sob o recorte da nossa visão

Assim como não existe discurso isento, cada um recorta o mundo de acordo com sua ótica, quer dizer , a sua percepção de mundo é vista por seus olhos, enquanto o mundo real é outro.Talvez por isso seja tão difícil se colocar no lugar do outro; podemos só imaginar . Temos aqui algo como o mito da caverna de Platão com as sombras em que vivemos e o mundo real, fora da caverna.

Nós nunca nos colocamos na ótica do outro , só imaginamos.O que há é uma simulação do que seria a visão alheia; talvez por isso os rótulos com que a visão distorcida de alguns fazem a seu respeito, julgando sem conhecer.Apesar de conhecemos pouco uns aos outros, o ser humano é um grande avaliador;adora emitir juízos críticos do que está em derredor, talvez um instinto de grupo primitivo para sobreviver, afastando tudo que é original e fora do padrão.

Entretanto o ser do Ocidente é um, muito diverso de concepções orientais; Ego Sum; penso , logo existo, o modo racional e analitico com que se encaram as coisas que vem desde Aristóteles, vai se desenvolver a partir do século XVIII,com a Revolução Industrial; os desejos egocêntricos vão ser cada vez mais satisfeitos; o indivíduo age sobre o mundo e este parece girar em torno dele.

No Oriente, ao contrário , temos um eu mais coletivo, ou em rede.As práticas budistas, se não me engano, são uma dissolução do eu.Eles são menos individualizados que nós;talvez por isso, numa leitura forçada, explicaria a prevalência de regimes e culturas mais coletivistas nesses países , ao contrário de nós, em que isso se torna um transtorno.

Na verdade estamos o tempo todo recortando e interpretando o mundo em face de nossa visão e agimos de acordo com o que vemos.