Louveirando - Falar Bem - Sobre o cotidiano da cidade de Louveira - SP.

Falar bem

No Brasil a gente fala bem, fala mal, mas todos acabam se entendendo, diz o ditado, mas será mesmo? Aqui em LOUVEIRA não é diferente, ou seria? Bem, para essas perguntas cada um terá uma resposta ou respostas, ou então nem entenderam as colocações, mas enfim, nos dias atuais tão tenebrosos em relação à Educação, sempre me lembrarei da ilha que era o Rezende, colégio aqui do Bairro do Quebra (Santo Antonio), mais precisamente das aulas de Português ministradas pela professora Neide. Ela era terrível no bom sentido e todos, acredito, gostavam dela, digo da professora, mesmo que não gostassem da matéria, que não aceita preguiça, dessa que muitos alunos têm.

Como era bom estudar com a professora Neide e todos os professores que compunham o quadro de mestres do Rezende. Eu gostava muito, desde os mais folclóricos até os mais realistas, porém quem quisesse aprender, aprendia com todos e, quem não quisesse, só aprendia com alguns, e a Neide era uma entre esses professores, não, não falarei da Maria José, a mais docemente incisiva de todos os professores e, quem não a amava, a respeitava com certeza, as vezes até na marra. Estou ciente de que citar apenas alguns possa parecer indelicado, mas estou escrevendo de memória e espontaneamente, por isso alguma falha com certeza ocorrerá. Mas isso não tira o direito de cada aluno se lembrar do seu professor preferido, ah!, neste ponto em lembrei do professor Jorge, o mais folclórico de todos.

Vandinha, Dinah, Márcia, Pedro, Alexandre, Rafael, inesquecíveis... Vandinha exercia a profissão com uma alegria e uma capacidade de comunicação incríveis, era adorável, inclusive nos bares e nos churrascos, posso provar, “Mina, teu cabelo é da hora...” rsrsrs... Dinah, agora proprietária do excelente Restaurante Travitália ali no Traviú, JUNDIAI, traduzia as matérias com um sotaque e voz fortes e marcantes, era ótima, não me esqueço. Márcia, sempre ponderada, e bem rigorosa, me deu dez em uma redação, gostei mais dos elogios que da nota, confesso hoje. Pedro - in memorian – era um professor meio aloprado, no bom sentido, com o seu jeito peculiar de dar aula, todos gostavam. Alexandre era e é até hoje um amante dos esportes, e me lembro que deu aula até de Educação Artística, mas seu forte mesmo eram as aulas de Educação Física, que sempre esteve entre as aulas que eu mais gostava. Rafael era um jovem e sábio professor, entendia bem de tempo e espaço, e nós, os alunos, entendíamos bem menos, pelo menos eu. Aula de Física era terrível para mim.

Falar bem falei, desses que me lembrei, pois faz tantos anos e não fiz nenhuma pesquisa in loco, apenas puxei pela memória e a memória foi me ditando as palavras, agora o falar bem no sentido de expressão das ideias, deixo que cada faça a sua avalição se falei bem ou não, mas se todos entenderam o recado de alguma forma, já me sinto feliz. Por falar em felicidade, não posso me esquecer da dona Maria, cozinheira, merendeira, amada por todos nós, que completou setenta anos esta semana, meu carinho. Enfim, obrigado LOUVEIRA pela boa educação, e, embora o Rezende seja estadual, ele é quase municipal em seu íntimo cotidiano. Claro que me lembrei da Bete, da Luzia, da Márcia... P.S.: Um dia ainda perguntarei para a professora Neide, porque “Rezende” se escreve com “z”.

Trilha Sonora / Vira-vira / Mamonas Assassinas