Passos perdidos - Maçonaria

Caminhar, Caminhar, Caminhar - enfim o globo terrestre em sua forma redonda, onde subimos e descemos sob o efeito dos ventos, o ar, a água, o fogo e o tilintar de armas. E caminhamos sem fim, alento sufragador da vida, emoldurado pela Fé no Grande Arquiteto do Universo, e eis o Maçom Vibrante que terá o dever de trabalhar pelo restabelecimento humano, pelo bem social e da Pátria.

Aqui reunidos na Antessala que precede o Átrio, em meditações, conversas fraternas, acertos, mudanças das vestes e avental, deixando para trás toda inquietação, todas interferências do mundo profano, todo cansaço e quando chega a hora de adentrar ao Templo.

Eis o local que denominamos a “Sala dos Passos Perdidos”.

A seguir complementação com artigo, Passos Perdidos do Irmão Walter Pereira, publicado na Revista Consciência, edição 134 de 2018, como Segue:

“Se perguntarmos a um profano o significado de tal expressão, poderemos receber a seguinte resposta: “É um expressão estranha, à primeira vista de sem significado. Mas refletindo melhor, parece ser um local onde se caminha sem chegar a lugar algum”.

Isto nos faz crer que os fundadores do parlamento inglês, em 1296, foram felizes em escolher o nome da sala de espera, onde as pessoas aguardavam uma entrevista com os parlamentares, pois ali as mesmas circulavam sem rumo definido, sem destino exato. Daí a denominação “Passos Perdidos”, ou seja, que leva a lugar nenhum.

Em 1776, a grande loja de Londres inaugurou o primeiro templo maçônico e buscou no parlamento inglês as formas e até o nome da sala que antecede ao átrio, como curiosidade também a mesa dos oficiais, a grande cadeira do Venerável Mestre e o lugar dos Irmãos nas colunas tem a mesma origem, lembrando que o parlamento inglês é cerca de 500 anos mais antigo que o primeiro templo maçônico.

Já no campo simbólico podemos concluir que, fora da disciplina maçônica, todos os passos são perdidos.

Mackey diz: o sentido desta denominação se origina no fato de que todo passo realizado antes do ingresso na maçonaria, ou que não respeite suas leis, deve ser considerado simbolicamente como perdido.

Nas lojas maçônicas do Brasil, como as da França, da Hungria e da Áustria, é assim denominada a ante-sala do templo.

Na Alemanha a expressão é completamente desconhecida. Para concluir, no rito Schroder, em particular e na Alemanha, usa-se a expressão “Ante-Sala do Templo”.

Enfim, a “Sala dos Passos Perdidos” é o local onde a irmandade se reúne sem maiores preocupações, destinada a receber os visitantes como se fosse uma sala de espera, onde nos cumprimentamos, brincamos, tratamos de negócios, assinamos o livro de presenças, o tesoureiro faz as cobranças; enfim, um local de socialização.

É onde o Mestre de Cerimônias distribui os colares e começa a preparação para o ingresso no Templo.

É onde se forma o ambiente adequado e que conduza a um bem-estar, um refúgio, aonde os amigos irão se abraçar e, uma vez paramentados, são convidados pelo Mestre de Cerimônias a ingressarem no átrio.

O Átrio designa genericamente os três grandes recintos do Templo de Salomão.

O primeiro era o átrio dos gentios, onde era permitida a entrada de qualquer um que fosse orar;

O segundo era o átrio de Israel, onde somente os hebreus podiam penetrar (depois de haverem sido purificados); e

O terceiro era o átrio dos sacerdotes, onde se erguia o local dos holocaustos e os sacerdotes exerciam seus mistérios."

Por

José Pedroso

Frutal/MG, 08 de maio de 2019.

Josepedroso
Enviado por Josepedroso em 08/05/2019
Reeditado em 08/07/2023
Código do texto: T6642469
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