Maçonaria Frutalense 1897 a 2020
A MAÇONARIA EM FRUTAL
1- LOJA MAÇÔNICA AMOR E BENEFICÊNCIA
2- LOJA MAÇÔNICA FRATERNIDADE MINEIRA II
3- LOJA MAÇÔNICA COMENDADOR GOMES 90
4- LOJA MAÇÔNICA ACADÊMICA CAMINHOS DE JACQUES DEMOLAY
5- LOJA MAÇÔNICA VERDADE E TRABALHO 331
1- LOJA MAÇÔNICA AMOR E BENEFICÊNCIA
No dia 3 de junho de 1897, no prédio do Instituto Municipal, instalou-se a primeira Loja Maçônica de Frutal, a Amor e Beneficência, jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil. A solenidade tece início às vinte horas. O salão do instituto estava bem decorado. Presentes autoridades judiciarias, comerciantes, artistas, cidadãos importantes com suas famílias. Os fundadores presentes à festa foram: Joaquim Antônio Gomes da Silva, Rufino José de Oliveira Penna, Antônio Gonçalves Castanheira, Carlos Moreira, Francisco Alves Campos, Eufrosino Antônio de Souza, Joaquim Teixeira do Amaral, Álvaro Appio de Carvalho, Philadelpho Brasileiro de Souza, Sinibaldo Gullo, Alonso de Morais, Dario Vieira Machado, Manoel Rodrigues de Oliveira, Joaquim Bernardes da Silva, José Morelli e José Joaquim Ferreira Júnior. Outros maçons que trabalharam para a implantação da Loja, mas que não puderam estar presentes, por variados motivos, foram: Domiciano Alves Ferreira, Malachias Vieira Pontes, João Gomide de Oliveira, João Aureliano de Araújo, Jacob de Paula e Silva, Francisco Jacob de Paula, Américo Brasilino Fleury, Luiz Pereira da Silva, Francisco Antônio Gomes da Silva, Innocêncio Joaquim de Mello, Paullino Teixeira Duarte e Antônio Pedro de Menezes. Todos considerados fundadores. Infelizmente, não se guardou a origem destes obreiros desconhecendo-se, pois, as lojas madrinhas da nova Oficina.
O orador oficial foi o comendador Joaquim Antônio Gomes da Silva, que empresta seu nome a uma das Lojas desse Oriente. O Comendador Gomes, nesse momento, já era grau 31. Tudo indica que este obreiro valioso tenha iniciado em loja de Uberaba. Em 1867 ele inicia suas atividades forenses em Pitangui onde não havia Loja, aliás, só havia uma Loja em Minas, a Ceres, de Cantagalo, além da pioneira Loja Maçônica Amparo da Virtude, em Uberaba. No ano seguinte, por motivos políticos, deixa Pitangui e vai para o Rio de Janeiro onde se emprega como viajante de casas comerciais. Em 1876 é convidado a fundar um colégio em Uberaba. Por essa época, já havia várias Lojas em Minas Gerais, porém o Comendador Gomes fixou-se em Uberaba onde ainda funcionava a Amparo da Virtude II. Outro irmão que possivelmente tenha iniciado em Uberaba é Rufino José de Oliveira Penna pela grande semelhança com os nomes dos obreiros da Amparo da Virtude II, Joaquim José de Oliveira Penna e José Joaquim de Oliveira Penna. É possível também que boa parte dos fundadores tenha origem no Estado de São Paulo, por sua proximidade com Frutal. Discursaram ainda Álvaro Appio de Carvalho e Sinibaldo Gullo.
Abrilhantou a festividade, como era de costume, a Euterpe Frutalense que, após as solenidades, animou um baile que avançou pela madrugada.
Próxima de Frutal, a cidade paulista de Barretos, com a qual Frutal mantinha boas relações comerciais e sociais, não possuía loja maçônica. No mesmo ano em que foi fundada, a Amor e Beneficência deslocou-se do seu Oriente, os obreiros a cavalo, que era o único meio de locomoção na época, adentraram pelo Estado vizinho e fundaram, em Barretos, a Loja Maçônica Fraternidade Paulista. Foi no dia 17 de agosto de 1897. Infelizmente, a Amor e Beneficência não resistiu e acabou abatendo colunas. Sua afilhada, no entanto, é ativa até os dias atuais.
2- LOJA MAÇÔNICA FRATERNIDADE MINEIRA II
Por gratidão, a Fraternidade Paulista, quando Frutal esta desassistida maçonicamente, invadiu o território mineiro e, em 10 de maio de 1953, fundou a Fraternidade Mineira II, cujo primeiro Venerável Mestre foi Joaquim Domingos de Menezes, obreiro dos mais ativos e grande colaborador com o desenvolvimento da terra onde nasceu. Foram fundadores da Loja restauradora da maçonaria frutalense os obreiros Salim Abdala Thomé, Rui Menezes, Luiz Bernardi, Francisco Gori, Farah Salomão Farah e José Gonçalves Sebastião (do oriente de Barretos) mais Joaquim Domingues de Menezes, Lázaro Heitor de Queiroz, Daniel Ribeiro Machado, Filemon Marques Pereira da Silva, Arlindo Plastino, Fioravanti Franzi, Nelson Geraldo de Souza, Pedro Teixeira de Carvalho, Euclides Castanheira Nunes e o valoroso e entusiasmado Hermínio Araújo Rio Vez (este, paulista de Espírito Santo do Pinhal, e os mineiros, alguns remanescentes da velha Loja (Amor e Beneficência). A primeira reunião que cuidou dessa fundação deu-se no Centro Espírita Deus, Amor e Caridade, na manhã do dia 28 de março de 1953. Hermínio presidiu a sessão. A diretoria provisória, aclamada neste dia, teve por cabeça o irmão Joaquim Domingues de Menezes. Em 10 de maio de 1953 houve a fundação oficial da Loja. Sua diretoria definitiva era; Venerável Mestre, Joaquim Domingues de Menezes; Primeiro Vigilante, Daniel Ribeiro Machado; Segundo Vigilante, Filemon Marques Pereira da Silva; Orador: Lázaro Heitor de Queiroz; Secretário, João Ribeiro e Tesoureiro, Nelson Geraldo de Souza.
De início a Loja funcionava em um pequeno barracão adaptado, situado à Praça Dr. Antenor Silva, nos fundos do Hotel do Comércio, de propriedade do obreiro Fernando Plastino. Com muita luta e muito esforço, construíram o templo, entretanto, pouco depois de realizado o sonho da sede própria, viram sua obra consumida pelas chamas de um incêndio. Destruiu-se quase tudo, parte do arquivo, móveis, relíquias e objetos históricos. Nesse momento os irmãos se cotizaram e receberam o apoio os Orientes vizinhos que colaboraram na reconstrução do templo.
A Loja Maçônica Fraternidade Mineira II dedica-se com afinco à fraternidade. Amiudadamente realiza festivais beneficentes. E vai melhorando, na medida do possível, sua sede à Rua Prudente de Moraes, 406.
Foi fundada sob os auspícios do Grande Oriente de Minas Gerais, fundado por José Persilva, dissidente do Grande Oriente do Brasil. Depois passou para o Grande Oriente Tiradentes, subordinado ao GOB e, em 1973, filiou-se à COMAB. Foi uma das primeiras lojas, no Triângulo, a filiar-se a essa Obediência.
Do Livro História da Maçonaria no Triangulo Mineiro do Irmão Antônio Pereira dos Santos
3- LOJA MAÇÔNICA COMENDADOR GOMES
A Loja Maçônica Comendador Gomes, nr. 90, da Grande Loja de Minas Gerais, foi fundada graças aos empenhos dos obreiros Vicente de Almeida Resende, Nazir Tanus Chair e Mauro Cardoso, todos originários da Loja Maçonica Vinte de Agosto Uberabense, nr. 65, conhecidos no meio maçônico como “irmãos mosqueteiros”. Obreiros dedicados, com a outorga do Grão Mestre, Arlindo dos Santos, de poderes para ampliar a rede de Oficinas da Grande Loja que, no Estado de Minas Gerais, era de apenas 65. Vicente de Almeida Resende era representante comercial de laboratório farmacêutico e Mauro Cardoso, de autopeças. Visitavam constantemente o Oriente de Frutal. Esses irmãos conheciam José Pedroso,(Auto Peças Pedroso) por intermédio do viajante e representante comercial no ramo, como anterior disse de Auto Peças. O Irmão Mauro Cardoso e começaram a sondá-lo a respeito da ordem. Perguntaram se conhecia maçons. Foi quando se juntou ao grupo o irmão Nazir Tannus Chair. Este também representante comercial na área de tecidos viajava sempre com a esposa, Vera. Enquanto ele visitava as Lojas, Vera ficava com as cunhadas explicando-lhes coisas ao seu alcance como a cerimônia das luvas, apoio e o companheirismo para com o marido maçom, a formação de associações femininas, etc. Os “irmãos mosqueteiros” já tinham o plano de fundar uma Loja em Frutal. Pretendia-se usar os iniciandos em Itapagipe para a fundação da Loja de Frutal. José Pedroso, Antônio Dias da Cruz e Marco Antônio Faria Silveira foram os profanos escolhidos para uma viagem fantástica: avançar pelos três graus simbólicos na primeira sessão. Com outros irmãos adormecidos ergueram a Loja Paulo Martins Goulart nr. 83. Foi no dia 9 de fevereiro de 1980. Depois de algum tempo frequentando essa Oficina, os irmãos oriundos de Frutal, estimulados pelos “mosqueteiros”, começaram a cuidar da fundação de uma Loja neste Oriente. Começam a escolher profanos dignos de pertencerem à Ordem e a procurar maçons adormecidos interessados em reassumir seus trabalhos. Antônio Mendonça de Freitas era bom candidato, adormecido e interessado em retornar às hostes maçônicas. Outros irmãos interessados no retorno encontrados foram Fausto R. Nascimento, Raul José Miziara e Artur Marques. Os primeiros encontros do grupo se dão a partir de março de 1980 nas residências dos obreiros Antônio Mendonça, José Pedroso e Antônio Dias. Aproximam-se outros adormecidos, dentre eles Nilo Francisco Moreira, Fausto Ricardo do Nascimento e Mário Teixeira. A primeira reunião com ata é realizada na residência de Antônio Mendonça, à Rua João Pinheiro, 196. Aí tratam de encontrar um local para instalação da Loja e escolher candidatos profanos. O local escolhido é o sobrado na Praça da Matriz, nr. 5. Vários irmãos cuidam da arquitetura, da adequação do local, compram cadeiras, mandam fazer móveis.
A fundação oficial da Loja Maçônica Comendador Gomes se dá a 10 de abril de 1980. A 8 de junho foi sagrado o templo pelo Sereníssimo Grão Mestre, Arlindo dos Santos, e toda sua assessoria. Obs.: A Carta Constitutiva foi lavrada em 10 de maio de 1980, por isto se comemora como sua data de fundação e aniversario nesta data, parece também que é para coincidir com o aniversario da coirmã Fraternidade Mineira II. voltando a narrativa anterior, neste dia 08/06/1980, foram iniciados, elevados e exaltados vários candidatos de Frutal e de Prata. Os de Prata eram candidatos à Loja Mário Maurício. Todos os iniciados em Itapagipe são transferidos para a Loja de Frutal.Sendo José Pedroso, Antonio Dias da Cruz e Marco Antonio Faria Silveira, membros fundadores da Loja Paulo Martins Goulart, que figura como co-fundadora da Comendador Gomes da Silva 90.A Paulo Martins Goulart 83 de Itapagipe/MG, continua sua trajetória sem problemas e agora só com 9 irmãos.
4- LOJA MAÇÔNICA ACADÊMICA CAMINHOS DE JACQUES DEMOLLAY
Do Livro História da Maçonaria no Triangulo Mineiro do Irmão Antônio Pereira dos Santos
O obreiro Jerônimo José de Oliveira fazia parte do quadro da ARLS Comendador Gomes da Silva, jurisdicionada à Grande Loja Maçônica de Minas Gerais. Organizou e instalou o Capítulo Frutal da Ordem DeMollay naquele Oriente. Foi seu presidente e membro do conselho Consultor. Uma coisa o preocupava: o destino dos Seniores que deixavam o Capítulo, ou se mudavam e seu relacionamento com a Maçonaria que praticamente acabava.
Por algum motivo, Oliveira afastou-se de sua Loja e aproximou-se do Grande Oriente do Estado de Minas Gerais. Solicitou ao Grão Mestre autorização para fundar uma Loja Acadêmica em Frutal. O Grão Mestre Geral, Francisco Murilo Pinto, estava muito interessado em expandir as lojas acadêmicas que representavam uma renovação na ordem, assim como o Grão Mestre Estadual, João Lemos Salgado. Foi autorizada a fundação e Oliveira buscou apoio e orientação em Uberlândia onde já existia a pioneira estadual, a Fraternidade Acadêmica Vigilantes da Ordem (FAVO).
Curioso é que, quando Uberlândia pretendeu instalar Capítulo DeMollay foi atrás da experiência e do apoio frutalense. Agora, Frutal vai em busca do mesmo apoio e experiência uberlandense. A fundação, no entanto, deu ingentes trabalhos ao irmão Oliveira que teve o apoio do Grão Mestre Lemos Salgado, de seu Chefe de Gabinete Executivo, irmão Armando Fillipi Cravo e do delegado Cláudio Manoel Coelho de Resende.
Tudo ajustado enfim, no dia 1.o de setembro de 2005 fundou-se a ALRS Acadêmica Caminhos de Jacques DeMollay, usando o tempo da Fraternidade Mineira II. É escolhido Venerável Mestre provisório o Delegado Litúrgico do GOB para o Triângulo Mineiro, Claudio Manoel Coelho de Resende. Os outros membros que, depois, serão confirmados oficialmente são: José Ferreira de Souza (1.o Vigilante), Arlindo Lino do Couto (2.o Vigilante), Edson Divino Queiroz (Orador), Eduardo Assis da Silva Faria (Secretário), Rodrigo do Carmo Couto (Tesoureiro) e Álvaro Shimamoto Jr. (Chanceler). Suas reuniões são quinzenais, aos sábados.
No dia 24 de setembro do mesmo ano, uma Comissão nomeada pelo Grão Mestre Estadual, instala e filia a Loja ao Grande Oriente do Brasil.
No dia 5 de fevereiro de 2006, a Loja Acadêmica faz sua primeira Iniciação e, por deferência do Grão Mestre, iniciam-se, de uma só vez, 20 universitários.
No dia 17 de abril deste ano, o Venerável Claudio Manoel Coelho de Resende solicita a transferência da subordinação da Loja da 11.a Delegacia, com sede em Uberaba, para a 12.a, com sede em Uberlândia, em razão de a grande maioria de seus membros serem desse Oriente assim como a sua diretoria pela facilidade de contatos, no que é atendido.
No dia 1.o de novembro, o Venerável Mestre Coelho de Resende requer ao Grão Mestre do Estado a redução do interstício dos vinte aprendizes iniciados no dia 5 de fevereiro, alegando que os mesmos precisam estar em condições de assumirem a administração da Loja nas próximas eleições. Autorizada, a elevação se deu no dia 9 de dezembro. Estes elevandos foram: Adriano de Souza Miyasaki, Carliton Nogueira Borges, Celso Vicente Faria, Douglas de Paula Mendonça Rosa, Eduardo Mendes neto, Elmis da Silva Paula, Ernane Manoel da Silva, Flávio Roberto Silva, Gabriel Costa Nunes da Cruz, Gilson Donizete Luz, Jorcelino Pedro lima, Lauro César Alves, Lausamar Humberto Alves, Luciano Braz Assunção, Luciano Flabis Leali, Luciano Leali Santana, Márcio Martins Marano, Marcos Franco Botelho, Rogério da Rocha Silva e Samir Carvalho Ferreira. Em março de 2007 foram exaltados.
A partir de 2007, a Loja assume sua maioridade elegendo a primeira diretoria constituída apenas de obreiros iniciados na Loja. O primeiro Venerável foi Lausamar Humberto Alves. Todos os Veneráveis posteriores são oriundos da primeira iniciação, à exceção de Jerônimo José de Oliveira, eleito para período 2012/2014.
Oliveira permaneceu ligado ao Capítulo DeMollay, sendo dos mais frequentes e acompanha também, com assiduidade, os trabalhos da Acadêmica tendo ocupado vários cargos eletivos e não eletivos.
A Acadêmica continua reunindo-se na Fraternidade Mineira II, mas recebeu a doação de um terreno da Prefeitura Municipal e inicia, parcimoniosamente, os trabalhos de construção de sua sede. A Loja tem ampla participação comunitária e destaca como principal trabalho a execução do Projeto Saber constituído de ações de reconhecimento e premiação do trabalho educacional no município. Anualmente são destacados e premiados professores, alunos e funcionários de escolas públicas, a partir do sexto ano do primeiro grau até o nível universitário.
5- LOJA MAÇÔNICA VERDADE E TRABALHO
A Maçonaria Frutalense mais uma vez é premiada, com a fundação de mais uma Loja Maçônica a Verdade e Trabalho, 331. No ano de 2010, oriundos da Loja Maçônica Comendador Gomes da Silva 90.
A Loja Maçônica Comendador Gomes da Silva 90, comemora 30 anos, e eu em um trabalho de quase 13 anos, entrego a Loja um Livro Síntese Histórica da Maçonaria Frutalense com 547 páginas onde faço detalhamento dos principais fatos sobre a Instituição Maçônica em Frutal/MG, desde o ano de 1897 além orientações, curiosidade, fatos relevantes, fotos, frase Bíblicas de impacto, no rodapé das páginas, curiosidades da região sobre eventos históricos, obras, fundadores, relação de obreiros e estudos maçônicos de utilidade para novos irmãos, atuais e posteridade.
A seguir matéria do meu próprio livro que passei próprio Livro, para compor, Historia da Maçonaria no Triangulo Mineiro, do Irmão Antônio Pereira dos Santos, como segue:
Como havia relatado da forte emoção, não só pela 19.a diretoria, mas o principal foi a comemoração dos 30 anos da nossa Loja Maçônica Comendador Gomes da Silva 90. Especial para mim, historiador que acompanho desde a ideia embrionária que surgira no início dos anos 80. A fundação, a iniciação das primeiras turmas para compor a Loja, os trabalhos para conseguir o terreno, a pedra fundamental, a construção do templo, a dedicação do irmão Waldemar Pacheco de Souza e demais irmãos na conclusão da obra, a entrada de mais irmãos na corporação que se deu naturalmente, minha luta ferrenha nos anos 80 e 90 pelo ensino superior, a construção do centro cultural, vários rodeios de campeões, leilões de gado, bingos, boi no rolete, a brilhante e inequívoca atuação do irmão Adalberto José Queiroz como baluarte e exímio empresário tocador de obras, liderando diversos projetos e eventos pró-obras da Loja e da sociedade. Diversas ações de peso nos meios sociais nos ovacionam a bandeira da vitória nestes 30 anos desbastando a “pedra bruta”, material e espiritualmente, dentro dos ditames da Fraternidade, Liberdade e Igualdade, no afã de uma pátria melhor e uma sociedade mais justa.
O momento é de festa perante o GADU. Só temos que agradecer, agradecer e agradecer pelo sucesso, porém ressurge entremeio às comemorações uma interrogação e uns porquês, em virtude de ter havido no final desta gestão o que ainda não havia acontecido. Trata-se da baixa em forma de ‘quit place’ e pedidos de transferência ou licença de alguns valorosos irmãos que, a meu ver, supondo os enxames de abelhas que, com o crescimento das colmeias, se formam e desprendem novas comunidades à procura de novos horizontes para fabricar seu produto. Vida que é o doce mel e continuidade da espécie quiçá obedecendo às leis naturais da vida. Oxalá juntos não conjugar os mesmos verbos objetivando os prejuízos de trabalhos proporcionados à sociedade que esperam nossa atuação. Dissolvem-se para labores com seus próprios ideais em outra instituição coirmã, ponderando que para os fundadores remanescentes e membros mais antigos é um susto, talvez momentâneo porque ainda não havia acontecido nestas proporções com grande número de irmãos. Salienta-se que a quantidade maior de irmãos se deve por acompanhamento de líder, incluindo os parentes próximos. Modernamente expandem-se as religiões, especialmente as cristãs, dentro dos influxos trazidos pelo século XXI, a era da espiritualidade proporcionando novas células.
Pondera-se que a Maçonaria não é religião, estando mais para filosofia, porém expandir é preciso, como também aumentar a população em geral e a necessidade de mais luz para a felicidade e harmonia. “Vencer minhas paixões, submeter minha vontade e fazer novos progressos na Maçonaria, estreitando os laços de fraternidade que nos unem como verdadeiros irmãos”.
O mais importante é que estamos continuando e temos o dever de continuar com o mesmo entusiasmo de outrora. Nós estamos sob os influxos espirituais do nosso patrono, o Comendador Gomes da Silva, que certamente nos ajudará a ditar os rumos gloriosos da nossa querida Loja Maçônica Gomes da Silva 90 como ditara até então nestes 30 anos que se passaram.
Onde surgem os porquês dos acontecimentos onde deveríamos buscar as respostas confortadoras, talvez propiciadas pelas palavras do Sereníssimo Grão Mestre Arlindo dos Santos, já no Oriente Eterno. Ele que foi Grão Mestre da GLMMG por vários anos, tendo notado que Minas Gerais contava com apenas 65 Lojas e conseguiu, na sua gestão, elevar para 200 Lojas. Certamente, ele ficará felicíssimo e sorrindo até o canto das orelhas se estes irmãos dissidentes viessem a fundar outra Loja no afã de aumentar o desbaste da “pedra bruta”, a mais patriota como também os bons propósitos de promover mais e mais ainda a tão cantada e decantada “Fraternidade, Liberdade e Igualdade” a mais irmãos ilustres.
Como falara anteriormente na finalização desta obra e me referindo à dissidência, registrando então a saída de nossa Loja, a Augusta e Responsável Loja Simbólica Comendador Gomes da Silva 90, certamente como dissera sobre as abelhas no afã de fabricar mais e mais o doce mel que irá proporcionar, além da retaguarda social, o verdadeiro substituo do mel que são a Fraternidade, Liberdade e Igualdade. Componentes da Verdadeira Felicidade Humana, destacamos os irmãos que fundaram a Augusta e Responsável Loja Simbólica Verdade e Trabalho 331, também no Oriente de Frutal/MG, são:
Adalberto José de Queiroz
Carlos Alfredo Queiros e Silva
Florêncio Queiros Neto
Ilson Longuinhos Queiroz
Jasmir Nunes da Cruz
João Fuad Bichara
João Geraldo de brito
João Valentim Pontaldi
Jorge Pantaleão
Luiz Antônio Queiroz Ribeiro
Luis Mauricio Afonso Reis
Marcelo Alves Salomão
Otávio Queiroz
Paulo Dario Lisboa
Rodrigo Campos Resende
Ronaldo Wilson dos Santos
Thiago Queiroz de Queiroz
Valdir Couto Silva
O COMENDADOR GOMES
Não se sabe em que Loja Joaquim Antônio Gomes da Silva, o Comendador Gomes, iniciou na Maçonaria. Nasceu em Pitangui, em 15 de julho de 1838, de origem humilde. Aí fez seus estudos, dedicou-se ao magistério, casou-se. Inclinado à vida política, entrou para o Partido Liberal em 1864. Em 1867, atuou como advogado no fórum local e, em 1868, foi nomeado escrivão de coletoria e coletor de onde, por questões políticas, acabou sendo exonerado. Foi para o Rio de Janeiro onde trabalhou como viajante de diversas firmas. Em uma de suas visitas a Uberaba, em 1876, foi convidado a participar de uma sociedade que instalaria um colégio secundário. Mudou-se para lá aonde conduziu o Colégio Piedade. Em 1878 começou a atuar na imprensa, no jornal O Progresso, convidado pelo dr. Thomaz Pimentel de Ulhoa que percebeu sua capacidade redatorial. Em 1879, foi para a Gazeta de Uberaba. Em 1880 foi chamado para a Imprensa Liberal e assumiu a redação do Correio Uberabense. Gomes da Silva conviveu com a intelectualidade uberabense ampliando-lhe o brilho e dando a Uberaba o destaque cultural que a manteve no topo do saber triangulino. Eleito deputado provincial em 1884, mostrou-se combativo e defensor de seu distrito. Foi secretário da Câmara e destacou-se em várias comissões. Bateu-se pela abolição, pela separação da Igreja e do Estado, pela instituição do casamento civil, pelo prolongamento da Estrada de Ferro Mogiana até Uberaba, pelo prolongamento da Estrada de Ferro Oeste de Minas até Pitangui e várias outras obras de largo alcance patriótico e social. Criou, em 1885, a Vila de Frutal, com foro anexo ao de Uberaba. Foi músico e deixou várias composições, foi literato e produziu várias peças teatrais, romances e pesquisas históricas. Em 1883 foi agraciado, pelo imperador Pedro II, com a Ordem da Rosa. Em 1886, mudou-se para Frutal com o intuito de completar a obra iniciada com a criação da Vila. Para isso, praticamente trabalhou sozinho, tão incipiente era o povoado, mas, em 1887, conseguiu, com ingentes esforços, que a Vila fosse elevada a Cidade. Todas as leis de organização municipal e regulamentos, a organização do fórum, tudo foi obra sua. Foi coletor e se exonerou para tomar posse como deputado no Congresso Mineiro, no governo de Wenceslau Braz. Em 1893 foi eleito senador estadual. Seus empenhos em prol a Frutal foram valiosos, conseguiu verba para a construção e mobiliário do fórum, verbas para instalação e distribuição de água potável, construção de pontes e escolas, e subvenções para o Instituto municipal. Em 1895 fundou o jornal Santelmo. Foi colaborador do jornal Cidade de Frutal, criou o serviço postal entre Frutal e Prata, melhorou o serviço postal com Barretos e criou um grupo escolar (que hoje leva seu nome). Foi Agente Executivo por três triênios, criou a Sociedade Beneficente Filhas do Evangelho, foi coronel da Guarda Nacional e Venerável mestre da Loja Amor e Beneficência. Faleceu aos 77 anos.
Fonte:
Livro História da Maçonaria no Triângulo Mineiro
de Antônio Pereira da Silva
e do Livro Sínteses Histórica da maçonaria Frutalense de Minha Autoria.
Frutal/MG, 03 de maio de 2019.
José Pedroso