História mal contada. Da escravidão

Sempre que se fala em escravidão, aponta-se, e com razão, o dedo acusador para os portugueses, que sustentavam o regime escravocrata no Brasil e financiavam um intenso comércio de africanos escravos. É fato. É história. Não há o que negar: Houve um tráfico negreiro, e os portugueses exerceram o seu torpe papel: O de comerciantes de gente oriunda da África. Mas a história não está completamente contada ao nomear-se apenas uma das personagens nela envolvidas, o português, que adquiria, como compradores, na África, os negros africanos.

Para se conhecer toda a história faz-se necessário perguntar: De quem os portugueses compravam os escravos negros? Quem lhos vendia? Sendo os portugueses os compradores, na África, de negros africanos, havia os vendedores. E quem eram os vendedores? Não se pode contar a verdadeira história do tráfico negreiro se se aponta o dedo acusador unicamente àqueles, os portugueses, que compravam, na África, os africanos negros, sem que se nomeie os vendedores, e os vendedores eram os próprios africanos negros. Os portugueses não penetravam nas terras africanas continente adentro, à caça das gentes da África; eles aportavam os seus navios na costa litorânea africana e negociavam o preço dos africanos negros aprisionados, escravos estes, caçados pelos próprios africanos negros. Só houve tráfico negreiro porque havia compradores e vendedores de africanos negros.

Quanto mais distante ficamos daquele período nefasto da história do Brasil, mais se distorce, em atendimento à política que atenta contra a verdade, os capítulos que a compõem e o papel de cada personagem que neles se movem.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 12/04/2019
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